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segunda-feira, 18 de maio de 2020

Grupo Standard Bank cria fundo para empresas de mulheres em África

Com vista a impulsionar empresas africanas de gestão de activos, pertencentes e administradas por mulheres, a Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA) e o Grupo Standard Bank criaram, recentemente, um fundo de impacto inovador que fornecerá capital e experiência às candidatas aprovadas.

O Women Leadership Fund Initiative (AWLF) é o primeiro do género ao nível do continente africano e visa angariar até 1 bilião de dólares norte-americanos para mulheres gestoras de fundos, que, por sua vez, investirão em negócios e projectos de alto impacto em todo o continente, impulsionando, dessa forma, o empreendedorismo.

Nesta primeira fase, e devido à necessidade de assegurar uma maior diversificação regional e geográfica, o financiamento será alocado a gestoras de activos das regiões Norte, Oriental, Ocidental e Austral do continente africano. As candidatas devem ser residentes ou estarem dispostas a mudar-se para o continente africano, e terem experiência comprovada em gestão de fundos ou activos. Serão sujeitas a um processo de diligência operacional e de investimento a ser concluído até ao final do mês de Agosto, sendo que a primeira fase do fundo decorrerá no quarto trimestre do presente ano.

A segunda fase da iniciativa será anunciada posteriormente e os investimentos serão feitos em fundos privados de acções pertencentes ou administrados por mulheres. A terceira terá como alvo as gestoras de fundos pela primeira vez, através de um Programa de Capital de Investimento para Gestores Emergentes. Embora o fundo seja destinado a todas as áreas, será dada prioridade a sectores de alto impacto, incluindo manufactura, serviços de saúde, energias renováveis e agricultura.

“O fundo é um dos instrumentos financeiros mais transformadores a serem implementados em todo o continente africano nos últimos anos e que visa reformular a cadeia de tomada de decisão no financiamento de empresas pertencentes ou geridas por mulheres”, considerou Vera Songwe, secretária-geral adjunta da ONU e secretária executiva da UNECA.

Por seu turno, Sola David-Borha, administradora executiva para a região africana do Grupo Standard Bank, referiu que a iniciativa está alinhada ao objectivo de criação de um continente baseado na igualdade de género, defendido pelo banco.

“Esta iniciativa tem como objectivo impulsionar as comunidades a tomarem a dianteira na luta por um crescimento económico sustentável em todo o continente africano", disse Sola David-Borha.

Em Moçambique, o Standard Bank tem implementado, através da sua Incubadora de Negócios, várias iniciativas viradas para o empoderamento da feminino, como é o caso do Lionesses Lean in Breakfast, que tem como objectivo a promoção da partilha de experiências e criação de redes de contacto entre as participantes, que são, na sua maioria, mulheres empreendedoras e empresárias já estabelecidas no mercado.

O evento, que já atingiu perto de mil mulheres, visa dar mais e maior visibilidade às empreendedoras moçambicanas, e, por via disso, alargar o seu acesso ao mercado e dar-lhes a oportunidade de criar redes de negócios no País, na região e, quiçá, no mundo.

Através das mulheres, o Standard Bank espera contribuir para o fomento de um crescimento inclusivo, com a criação de bases para um ecossistema empresarial robusto, que valoriza a inovação, o conteúdo local e a geração de postos de trabalho. Para além do Lionesses Lean in Breakfast, o banco aderiu ao movimento de solidariedade da ONU Mulher pela igualdade de género (He4She), que encoraja os homens a estarem ao lado das mulheres na busca pela igualdade de género.

Igualmente, o Grupo Standard Bank definiu como um dos seus objectivos o aumento da representação da mulher em cargos executivos para 40% até 2021 na África Austral e, até 2023, para todo o grupo, bem como incrementar a representação de mulheres no seu quadro de 22% (2018) para 33% até 2021.

Importa realçar que a Woman Leadership Fund Initiative foi estabelecida em resposta à Agenda 2063 da União Africana e aos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável 5 e 8 das Nações Unidas, que visam a igualdade de género, trabalho decente e crescimento económico sustentável.



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