Pelo 17 civis foram mortos à tiro, e alguns decapitados, pelo Al Shabaab durante os três dias em que ocuparam a Sede do Distrito de Macomia, na Província de Cabo Delgado, na semana passada. Quatro menores de idade terão morrido à fome na mata onde se esconderam com a família.
Para além da atabalhoada declaração do ministro da Defesa Nacional à televisão pública onde clamou que “78 terroristas foram abatidos e mais de 60 foram feridos gravemente” pelas Forças de Defesa e Segurança, o Governo ainda não apresentou formalmente o balanço da ofensiva para recuperar o controlo da vila sede do Distrito de Macomia.
Contudo a edição desta terça-feira (02) do diário Mediafax reporta que pelo menso 17 civis foram mortos pelos terroristas, apelidados pelos locais de Al Shabaab embora não tenham nenhuma ligação com o grupo homónimo da Somália.
“Nas contagens feitas pelas comunidades, até o final da tarde de domingo, um total de 17 corpos tinham já sido localizados, todos de cidadãos comuns. De acordo com um comerciante residente em Nanga A que, na noite de domingo, voltou a dormir na mata, devido ao medo de um novo ataque, só no seu bairro foram identificados oito mortos. Ele acrescentou que outra vítima mortal que conhece é de uma menor que faleceu na mata devido à fome”, reporta o Mediafax indicando que a testemunha referiu ainda que entre os mortos, há decapitados e mortos a tiros.
O diário, citando um alfaiate residente no bairro Nanga B, refere que até a tarde de domingo (31) tinham sido contabilizados cinco mortos no bairro acrescentando que três crianças do bairro tinham perdido a vida nos esconderijos devido a fome e falta de água.
Os residentes de Macomia disseram ainda que durante os confrontos houve baixas em ambos lados, embora o ministro Jaime Neto não tenha referido nenhum óbito entre Forças de Defesa e Segurança.
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