O ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural anunciou esta terça-feira (02) a reorientação estratégica dos institutos do Algodão e do Cajú para colocarem no seu espectro a soja, o girassol, o gergelim e a macadâmia. “Estamos a ser consistentes com o nosso pensamento de promoção de cadeias de valor e acima de tudo de promoção de culturas que agregam valor ao rendimento familiar mas também a economia nacional”, afirmou Celso Correia.
O Conselho de Ministros aprovou a transformação do Instituto de Algodão de Moçambique em Instituto de Algodão e Oleaginosas de Moçambique (IAOM) e ainda a substituição do Instituto de Fomento do Cajú pelo Instituto de Amêndoas de Moçambique (IAM).
O ministro Celso Correia explicou que o IAOM passará a “olhar não só para o algodão mas para as culturas de soja, gergelim e girassol. Queremos com esta decisão criar especialidade e orientação estratégica da nossa estrutura governamental para que nos próximos 2 anos Moçambique possa voltar a produzir de forma estruturada óleo”.
“Importa referir que Moçambique neste momento importa 150 milhões de dólares de óleo e o mercado da região oferece uma oportunidade de 1 biliões de dólares. Neste momento estamos a exportar gergelim para o Japão, que é usado para fazer um dos azeites mais apreciados naquele mercado. Não estamos a produzir ainda quantidades de girassol que satisfaçam as necessidades locais por isso nos próximos 30 dias o Governo irá apresentar uma estratégia específica para estas culturas”, referiu.
O @Verdade apurou que em 2019 a produção de soja foi de apenas 49 mil toneladas, quantidade idêntica prevista para 2020. Foram produzidas 112 mil toneladas de gergelim e durante esta campanha a projecção é de um pequeno aumento para 118 mil toneladas. As 16 mil toneladas de girassol produzidas no ano passado devem reduzir para 15 mil, segundo projecções do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER).
A estratégia do MADER passa por usar os 200 mil camponeses organizados no sector de produção do chamado “ouro branco” para dinamizarem a produção destas três oleaginosas que pode resolver o drama de parcos rendimentos desses moçambicanos, aumentar a produção dessas culturas, impulsionar a industria nacional e reduzir as importações.
Correia esclareceu ainda que durante 19ª sessão ordinária do Conselho de Ministros “foi aprovada também a constituição e a transformação do instituto do cajú em instituto de amêndoas, alargando o espectro da acção para outras amêndoas com particular enfâse para a macadâmia que vem ganhando espaço e estrategicamente também irá representar um ganho para o país”.
140 mil toneladas de castanha de cajú foram produzidas em Moçambique durante a campanha agrária passada e 142 mil toneladas são esperadas este ano, das quais o Governo projecta que serão exportadas 60 mil toneladas e poderão render 84 milhões de dólares norte-americanos, contudo a ambição do ministro Correia é introduzir a macadâmia “como cultura familiar permitindo assim maiores rendimentos. O mercado de amêndoas a nível global é de cerca de 92 biliões de dólares e Moçambique tem explorado a sua franja domínio do caju, pretendemos intensificar a produção do caju, intensificando o sector, neste momento a nossa capacidade de transformação industrial ainda não acomoda toda a produção de castanha, mas queremos também explorar outras oportunidades que as amêndoas oferecem”.
“Desta forma estamos a ser consistentes com o nosso pensamento de promoção de cadeias de valor e acima de tudo de promoção de culturas que agregam valor ao rendimento familiar mas também a economia nacional, dentro da nossa política de geração de emprego, dentro da nossa política de melhoria do rendimento familiar, mas acima de tudo de substituição de importações, que tem condicionado a nossa política macro-económica”, perspectivou Correia.
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