Um número recorde de espectadores afluiu na noite de sábado ao Estádio 25 de Setembro e ao Museu de Etnologia, locais reservados a espectáculos de música ligeira inseridos na sétima edição do Festival Nacional da Cultura.
A mobilização de tão enorme multidão ao Estádio 25 de Setembro deveu-se a dois nomes, nomeadamente os músicos Lizha James e Ziqo, previamente anunciados pela organização do festival. Entretanto, contra todas as expectativas, nenhum dos dois se fez presente ao local do "show". Ninguém soube explicar ao público presente a razão da ausência daqueles artistas, escreve o jornal Notícias na sua edição desta segunda-feira.
Sabe-se, no entanto, que Ziqo tinha um espectáculo agendado para o mesmo dia, em Maputo, no espaço "Coconuts" ao lado do grupo sul-africano MI CASA que interpreta o estilo house music. E de Lizha James, conhecida como a rainha do pandza, nada se soube, porque a organização do evento não deu nenhuma explicação aos presentes.
Se no Estádio 25 de Setembro o motor da mobilização do público foram Lizha James e Ziqo, no Museu de Etnologia (espaço Fogueira) estavam lá dois grandes senhores da música moçambicana, Hortêncio Langa e Zé Mucavele. Para o gáudio do público amante dos bons sons.
Coube a Zé Mucavele abrir a noite com uma brilhante actuação, acompanhado de quatro bailarinas de tufo e dois percussionistas locais. Mucavele ainda fez um dueto com o professor Constantino Warrila, decano da música tradicional de Nampula.
Infelizmente, a actuação de Zé Mucavele teve de ser interrompida brusca e inesperadamente. De repente, já não conseguia mexer os dedos da mão esquerda e teve de ser evacuado para o Hospital Provincial de Nampula.
Mas o episódio não passou de um susto, o problema resolveu-se de imediato e Zé Mucavele ainda teve tempo de voltar para assistir à actuação de Hortêncio Langa que também, de forma soberba, soube dar alegria ao público que enchia por completo o quintal do Museu de Etnologia.
O "show" terminou com um "jam session" que juntou todos os artistas que desde quarta-feira última passaram por aquele palco e alguns locais que actuaram no Estádio 25 de Setembro, mas que sábado tiveram oportunidade de estar no Museu de Etnologia.
Além do sinal positivo do público, o dia de sábado foi também marcado por espectáculo de música e dança tradicional, incluindo projecção de filmes de produção nacional, nos bairros de Namikopo, Muatala, Muahivire, Namutequeliua e Casa da Cultura de Nacala. O anfiteatro da Academia Militar Samora Machel, na cidade de Nampula, acolheu grupos de teatro das províncias de Sofala, Inhambane e Cabo Delgado.
Nota de destaque é a apresentação em Namikopo do projecto "pós-amatodos".
De referir que o Ministro da Cultura, Armando Artur, e o Governador de Nampula, Felismino Tocoli, visitaram alguns locais onde decorriam as actividades do festival, em especial o bairro de Namikopo, onde foram assistir a apresentação da dança nyau, da província de Tete, a feira de gastronomia e ainda participaram da sessão do lançamento do livro "Ilha de Moçambique – na Alma dos Poetas", da autoria de Paulo Pires-Teixeira, acto que teve lugar na Biblioteca Pública Provincial Marcelino dos Santos.
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