À entrada da rua John Issa (herói nacional), no coração da capital do país, a situação degradante do asfalto prenuncia a precariedade em que está mergulhado um dos sectores-chave de investigação criminal.
Curiosamente, no princípio da rua, para quem lança um breve olhar, a priori, depara com um edifício imponente. Aliás, pela natureza do trabalho que o edifício esconde dentro das suas paredes, a imponência é um elemento fundamental. Estamos a falar do edifício sede da Polícia de Investigação Criminal (PIC).Todavia, engana-se quem pensar que tudo dentro daquele majestoso edifício é um mar-de-rosas.
A nossa equipa de reportagem escalou a sede da PIC para ver, in loco, e descrever o cenário em que os agentes trabalham, para a melhor percepção do caro leitor.
Logo à entrada, a secretária lá instalada denuncia algo de anormal. Já no interior do edifício, no rés-do-chão, os bancos são de ferro e sem nenhuma comodidade para os seus utentes.
Os funcionários não possuem nenhum computador e nem as famosas máquinas de dactilografar, que o tempo se encarregou de extingui-las, abundam na PIC. Assim sendo, os únicos meios para escrever são a mão, o papel A4 (quando existe) e a famosa caneta BIC. Entretanto, vezes sem conta, os funcionários são obrigados a comprar com dinheiro do seu bolso esses parcos meios e quase nunca com direito a reembolso.
A situação é tão precária de tal forma que até os cacifos escasseiam para arquivar os expedientes. As poucas cadeiras que existem são obsoletas e há muito que clamam pela substituição.
Este triste cenário é igual em todos os andares das instalações da nossa Polícia de investigação Criminal. Por exemplo, num dos gabinetes do quarto piso, a secretária de um dos inspectores acomoda apenas processos, pois nada indicia que a tecnologia que domina o século XXI, no caso o computador, alguma vez tenha pousado naquele lugar à disposição do ocupante da sala.
Contudo, o triste cenário em que a nossa PIC trabalha não afecta apenas aquele inspector, cuja sala visitámos. Aliás, aquele local é mais uma prova inequívoca da precariedade de condições oferecidas à PIC, pois até os processos que chegam são arquivados no chão, por falta de cacifo.
0 comments:
Enviar um comentário