Samakuva quer informações sobre Kamulingue e Kassule
O presidente da UNITA, Isaías Samakuva, exigiu ao governo angolano que esclareça o desaparecimento de dois antigos militares da Unidade de Guarda Presidencial (UGP). O silêncio, diz Samakuva, pode levar a pensar que o governo não se interessa pelo bem estar dos seus cidadão.
Ou então – adianta – é incompetente ou cúmplice no desaparecimento dos dois soldados. Samakuva advertiu, ainda, que está a ser preparada uma fraude massiva para as eleições de 31 de Agosto.
Alves Kamulingue e Isaías Kassule desapareceram no último fim-de-semana de Maio, quando tentavam liderar um desfile reivindicativo até ao palácio presidencial em Luanda.
As famílias nunca mais tiveram notícias deles. O último contacto de Kamulingue com um familiar foi um telefonema em que disse estar em dificuldades. Pouco tempo depois, o seu telemóvel foi desligado.
Falando terça-feira em Luanda, durante o encontro dos agentes eleitorais da UNITA, Isaías Samakuva exigiu que o governo angolano esclareça qual é a situação dos desaparecidos – militares que foram membros da UGP.
"As famílias não sabem do seu paradeiro e o Governo não se dignou até aqui em investigar nem fornecer quaisquer explicações sobre este insólito acontecimento. Sendo a segurança das pessoas responsabilidade do Executivo, não se compreende a sua atitude: das três, uma: ou para o Executivo a vida de um angolano não vale nada; ou o Executivo é incompetente, não consegue garantir a segurança das pessoas; ou então é conivente. E a esse respeito, a UNITA exige que este caso seja esclarecido e que o Executivo assegure de facto as condições de liberdade necessárias para a relalização de eleições democráticas", disse Samakuva.
O presidente da UNITA, criticou a marcação da data das eleições antes de estarem concluídas tarefas preparatórias fundamentais. O Governo, disse, "colocou a carroça à frente dos bois".
Dado o pouco tempo até às eleições de Agosto (menos de três meses), o líder da UNITA disse que é preciso tratar já de: adquirir a logística tecnológica, para se poder montar e organizar os centros de escrutínio; preparar os cadernos eleitorais devidamente corrigidos para publicação em Julho; criar condiçoes para os delegados de lista receberem no dia da eleição cópias fieis de todas as actas; e condições para que os resultados provinciais sejam anunciados antes dos resultados nacionais, como manda a lei.
Notando que as eleições foram marcadas sem estarem, asseguradas as condições necessárias, Samakuva alerta contra os improvisos, salientando que "a improvisação é inimiga da transparência".
O presidente da UNITA descreveu as eleições de 31 de Agosto como "uma luta entre a democracia e a ditadura, entre Angola e o MPLA".
"Para que não haja ditadura, prosseguiu, o governo deve assegurar condições para um acto eleitoral transparente e bem organizado, mas ainda nem sequer financiou a CNE que continua sem dinheiro", afirma Samakuva.
O líder da UNITA lembra que no discurso na cimeira da SADCC, na semana passada, José Eduardo dos Santos disse qur o Governo "esta disponível para trabalhar com a CNE na organização da logística eleitoral, mas não se disponibiliza para assegurar a isenção e a transparência da CNE; nem para disponibilizar os dinheiros que a CNE precisa para trabalhar."
"Em vez de tratar dessas matérias da sua competência", o Presidente "aparece, sem ser convidado, a disponibilizar-se para apoiar a organização da logística eleitoral."
Samakuva receia que isso não seja por acaso. E crê que o governo acabará por substituir a CNE em tarefas cruciais da organização das eleições. O presidente da UNITA receia que, tal como em 2008, esteja a ser preparada – em Agosto – uma fraude eleitoral massiva em Angola
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