O professor de Literatura, Francisco Noa, considera que os lançamentos dos livros são extremamente enganadores uma vez que o número de pessoas que vão a eles é inversamente proporcional ao dos que os adquirem. E mais, os poucos que os compram quase que não os lêem.
Esta inquietação foi apresentada ontem, no segundo e último dia do seminário sobre "Política do Livro e Estratégias de Sua Implementação" organizado pelos Ministérios da Cultura.
Para o moçambicano Francisco Noa, contribuem para este facto não apenas a falta de meios financeiros para se adquirirem as obras, como também a inexistência de dispositivos que criem hábitos e gosto pela leitura.
Segundo aquele académico, "os dispositivos de leitura transcendem o próprio livro".
Debruçando-se concretamente sobre a Política do Livro, o orador mostrou-se bastante preocupado com o articulado num dos pontos da Política do Livro, referindo que das diferentes intervenções delineadas não há nenhuma referência à criação de hábitos e gostos de leitura.
Francisco Noa mostrou-se ainda preocupado com a não menção do papel da família e do professor no documento em análise, o que cria segundo ele, uma lacuna preocupante na formulação desta política. E por isso sugeriu que esta fosse uma "Política do Livro e da Leitura".
Num seminário em que se discutiram questões como a acessibilidade dos livros, a inexistência de base de dados sobre livros publicados em Moçambique, eficácia das feiras do livro, distribuição do livro escolar, entre outros assuntos, o orador não deixou de enaltecer o papel que esta política irá desempenhar para se ultrapassar alguns constrangimentos concernentes à produção, promoção, acesso, circulação e recepção do livro no país.
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