O saldo do endividamento do sector privado junto à banca comercial nacional foi de 98.172,8 milhões de meticais, em 2011, correspondendo a um incremento em 6,3% relativamente ao do período homólogo do ano anterior e menos 23 pontos percentuais em relação à expansão verificada em 2010.
Este decréscimo foi justificado pelo efeito da apreciação nominal do Metical sobre o crédito em moeda estrangeira e pelo impacto da política monetária prudente adoptada desde 2010 pelo Banco de Moçambique (BM) que visava repor a estabilidade macroeconómica, nomeadamente, o percurso da inflação.
No que se refere ao incremento verificado no ano em análise, o mesmo foi determinado pela componente denominada em moeda nacional que expandiu em 17,1%, perante uma redução da parte em moeda estrangeira em 19,8%.
Em face desta evolução, o peso relativo da componente em moeda nacional sobre o endividamento total aumentou no ano em 7,2 pontos percentuais para 77,8% e retirando o impacto da apreciação do Metical face ao Dólar norte-americano sobre o crédito em moeda estrangeira, o agregado cresceu em 10,8% no ano, ainda assim, muito aquem dos 25,3% registados em 2010, segundo o banco central moçambicano.
Deste total do crédito concedido pelo sector bancário nacional, o sector privado beneficiou de um fluxo anual de 4917,9 milhões de meticais, equivalente a um crescimento de 5,9% e o crédito concedido às empresas públicas não financeiras incrementou em 862,4 milhões de meticais.
Com estas variações, a contribuição do crédito ao sector privado no total reduziu em 40 pontos base para 90,5%, enquanto o peso do canalizado ao sector público não financeiro se fixou em 9,3%, em Dezembro de 2011, após 8,9% no período homólogo de 2010.
Os particulares ficaram com um fluxo de 6552,8 milhões de meticais, o correspondente a 39,3% do total do crédito concedido, contra agentes econó- micos da área de construção que ficaram com 893,9 milhões de meticais de aumento, ou seja, 14,3% do universo.
Crédito malparado
O BM refere, entretanto, a seguir que os indicadores de estabilidade e solidez do sistema financeiro mantiveram-se satisfatórios em 2011, apesar de o rácio do crédito malpa- rado ter superado a cifra atingida em Dezembro de 2010, fixando-se em 2,6%.
O rácio de solvabilidade cresceu para 17,1%, contra os 14,4% de Dezembro de 2010, "acima dos mínimos recomendados por Basileia I, o que atesta a resiliência do sistema bancário nacional a choques adversos", sublinha o Banco de Moçambique.
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