Achamos que as tradições sempre foram o que são, rebeldes à história e à mudança.
Exemplo eloquente é a defesa de que a norte do Zambeze as populações "são" matrilineares e a Sul, patrilineares, como se – eternamente - só esse pudesse ser o fatal e congelado destino dos Moçambicanos.
Muitos defendem que os Africanos foram feitos para serem "tradicionais", tal como – usando uma cáustica ironia de Engels - "os gatos foram criados para comer os ratos, os ratos para serem comidos pelos gatos, e o conjunto da natureza para testemunhar a sabedoria do criador".
Porém, as tradições são a modernidade casada com as sobrevivências: a vida que deu origem a certas práticas já não existe, mas certos hábitos, certos costumes e certas crenças continuam a subsistir, criando a ilusão retrospectiva de que, afinal, as coisas são como sempre foram.
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