A população da Unidade Comunal das Palmeiras 2, no bairro de Namicopo, arredores da cidade de Nampula, Norte de Moçambique, destruiu, na última sexta-feira (08), as casas de três secretários do quarteirão 22 alegadamente porque fazem parte de um grupo de indivíduos que distribuem cólera nas famílias com o objectivo de eliminá-las.
Para além de vandalizar as casas, a multidão apoderou-se de vários bens, nomeadamente motorizada, televisores, DVD's, colunas de som, 23.500 meticais em dinheiro e diversas peças de vestuários.
Neste momento, as famílias dos referidos secretários, alvos da vandalização devido a fúria popular, vivem ao relento. Informações em poder do @Verdade indicam que em consequência do sucedido, pelo menos quatro pessoas estão a contas com a Polícia da República de Moçambique (PRM) na primeira esquadra.
Uma parte dos bens foi recuperada. O secretário do quarteirão 22, Júlio Nihempe, disse ao nosso jornal que tudo começou quando na sua área de jurisdição, oito pessoas da mesma família ficaram internadas, na passada quarta-feira (06), vítimas de diarreias e vómitos, quatro no Hospital Central de Nampula (HCN) e igual número no Centro de Tratamento de Cólera.
No mesmo dia em que as aquelas pessoas foram levadas para as unidades sanitárias, uma criança de 3 anos de idade, que em vida respondia pelo nome de Elsira Abudo, não resistiu às dores e morreu.
No dia seguinte, a mãe da menina, identificada por Saquina Abacar, de 25 anos de idade, também faleceu. Segundo Júlio Nihempe, a partir desse momento, os familiares acusaram as autoridades comunitárias do bairro de estar de disseminar a doença.
Este é mais um caso de desinformação que surge no bairro de Namicopo, onde as pessoas acreditam muito em boatos e ignoram as mensagens de sensibilização veiculadas pelas autoridades de saúde.
Agira Bernardo, de 33 anos de idade, irmã mais velha da jovem que perdeu na vida devido à cólera, desmentiu o envolvimento de um dos seus familiares na destruição das casas dos secretários da Unidade Comunal das Palmeiras 2.
Nas suas palavras, não houve tempo para esse tipo de actos porque a sua preocupação é cuidar dos parentes que estão sob cuidados médicos no hospital.
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