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quinta-feira, 17 de abril de 2014

“Desfrelimizar” as Forças de Defesa e Segurança é a única saída para a paz-Renamo


António Muchanga diz que ainda há tempo para Afonso Dhlakama se recensear. “É só o Governo querer”
O porta-voz do presidente da Renamo, António Muchanga, decidiu responder ao coro de críticas que têm sido feitas por certos sectores de opinião, por aquele partido defender nos últimos dias a nomeação de quadros da Renamo para cargos de chefia a nível das Forças de Defesa e Segurança.
Muchanga diz não é verdade que a Renamo não esteja interessada nas eleições.
Segundo o porta-voz de Dhlakama o que a Renamo está neste momento a exigir já havia sido proposto há muito tempo, mas a Renamo estava à espera que assunto fosse debatido no quando nas conversações/negociações se entrasse no capítulo da Defesa e Segurança.
Muchanga lembra que as instituições da Defesa e Segurança representam efectivamente o Estado, e o Estado é de todos.

“Nós precisamos de estar dentro do exército à escala nacional, regional, provincial, distrital e local. Nós poupámos esta questão porque esperávamos que ia ser discutida quando discutíssemos as questões de Defesa e Segurança onde deveríamos revisitar os Acordos de Roma Geral de Paz e recordar a Guebuza o acordo que ele negociou uma questão previa que ele não fez”.
A Renamo, segundo o porta-voz da Afonso Dhlakama, está cansada de descriminação e marginalização. Quer estar na Polícia e nas Forças de Defesa e Segurança desde o topo até à base.
“Só dessa maneira é que teremos tranquilidade no país. A paz não pode ser feita sacrificando a Renamo. Pacientámos 21 anos, a sermos marginalizados e descriminados”, disse António Muchanga.
Sobre o recenseamento do líder da Renamo que começa a ficar seriamente comprometido em função dos prazos, o porta voz de Afonso Dhlakama diz que ainda há tempo para o líder do maior partido de oposição em Moçambique, Afonso Dhlakama se recensear, bastando para tal, que haja vontade do Governo.
“Hoje (terça-feira) estamos no dia 16 de Abril. Ainda há tempo para o presidente se recensear. Acredito que o recenseamento pode não terminar no dia 29 de Abril porque a maior parte da população também ainda não foi recenseada. Na província da Zambézia ainda não atingiu 40 porcento, Em Nampula, ainda não atingiu. Mesmo aqui na cidade (Maputo), há zonas em que tentam empolar os dados. É preciso dar oportunidade para as pessoas se recensearem. Podemos prorrogar por mais um mês. Isso não vai prejudicar”, disse Muchanga em entrevista exclusiva ao Canalmoz.
Muchanga insistiu várias vezes dizendo que “haverá eleições, bastando haver vontade, o impasse que prevalece pode-se resolver em pouco tempo”.
“Se o governo aceitar aqueles princípios, convidarmos os observadores internacionais. Chegam ao país e resolvemos aquela questão. Os observadores internacionais não só vão supervisionar o Acordo Geral de Paz. Nas fases subsequentes que são aquelas que se seguem ao cessar-fogo contamos com apoio deles, também”.
Muchanga acrescentou: “Não podemos ser comandados por prazos. Podem ser alterados porque foram feitos por homens. Há condições para eleições, basta haver vontade”.
António Muchanga também mandou recados aos analistas mais achegados ao regime. Disse que os comentadores que pensam que a Renamo não está interessada na realização de eleições “são preguiçosos mentais”. “Os analistas devem ser especialistas. As previsões de um analista dificilmente falham. Eles falharam em tudo. Se fossem médicos teriam matado muita gente. Se fossem professores era um resultado desastroso. Se fossem montadores de viaturas, as mesmas teriam matado muita gente”, ironizou o porta-voz do presidente da Renamo.
Segundo o porta-voz do líder da Renamo, as pessoas devem recordar-se quando é que a Renamo escreveu a sua primeira carta de pedido de audiência. Já nessa altura a Renamo tinha em vista a resolução destes problemas. “Foi antes das eleições autárquicas”. (Cláudio Saúte)

CANALMOZ – 17.04.2014

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