O PAIGC volta ao poder na Guiné-Bissau, dois anos depois de seu governo ter sido derrubado por militares. Nas eleições gerais de domingo o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde conquistou a maioria absoluta. Mas o PCD e o PRS contestam os resultados. Nas presidenciais, o candidato do PAICV e um independente decidem dia 18 de Maio o futuro chefe de Estado do país.
Os guineenses foram domingo às urnas para escolher o presidente da Republica, entre 13 candidatos, e a composição da Assembleia Nacional Popular (Parlamento), entre 15 partidos.
Segundo os resultados provisórios quarta-feira a noite divulgados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), José Mário Vaz, candidato do PAIGC, e Nuno Nabian, independente, vão disputar a segunda volta das presidenciais, prevista para 18 de Maio próximo.
José Mário Vaz (conhecido como Jomav), ex-ministro das Finanças do Governo deposto pelo golpe militar de Abril de 2012, conseguiu 40,98 por cento, abaixo dos 50 por cento necessários para ganhar à primeira volta.
Nuno Nabian, presidente do Conselho de Administração da Agência da Aviação Civil, estreou-se na política e arrecadou 25,14 por cento dos votos de domingo, que lhe valem o passaporte para a segunda ronda.
Nabian tinha a o apoio de Kumba Yalá, antigo Presidente da Guiné-Bissau e fundador do PRS falecido durante a campanha eleitoral, embora este partido tivesse seu próprio candidato, Abel Incada, que obteve domingo apenas 7,03 por cento dos votos.
“ROUBO” DE DEPUTADOS
Nas legislativas, segundo a CNE, o PAIGC venceu conquistando 55 dos 102 lugares da ANP, maioria absoluta.
Quatro outros partidos integrarão o novo parlamento guineense: PRS, com 41 deputados, Partido da Convergência Democrática (PCD), dois deputados, Partido da Nova Democracia (PND), um deputado, e a União para a Mudança (UM) também com um deputado.
Falta ainda m apurar os votos da diáspora, correspondentes a 22.312 eleitores, que elegem dois deputados.
Entretanto, dois partidos denunciam terem sido "roubados" deputados que deviam ter na nova ANP, situação que dizem não aceitar.
Segundo a Lusa, Vítor Mandinga, do PDD, e Baltazar Lopes, do PRS, disseram aos jornalistas que não concordam com os números de mandatos anunciados pela CNE.
"Roubaram-nos, mais uma vez, dois deputados. Um em Bafatá e outro em Contuboel", duas regiões da Guiné-Bissau, afirmou Vitor Mandinga, em lágrimas, prometendo "ir até às últimas consequências" para reaver os dois mandatos.
Baltazar Cardoso, director da campanha eleitoral do PRS considerou que a CNE não apresentou os mandatos realmente conquistados pelo partido, que diz serem 43 e não 41.
O dirigente partidário referiu que o partido vai recorrer junto da CNE.
"São resultados provisórios e no que diz respeito às eleições presidenciais o nosso candidato (Abel Incada) perdeu. Reconhecemos a derrota", acrescentou Cardoso.
Na sequência da sua vitória eleitoral, o PAIGC reúne a partir de hoje os seus órgãos directivos para discutir a formação do próximo governo guineense.
"Dessas reuniões devem sair indicações muito claras daquilo que deverá ser o comportamento do presidente do partido no processo de auscultação de todas as sensibilidades da sociedade guineense" para constituição do próximo governo, referiu Domingos Simões Pereira, líder do partido.
Domingos Simões Pereira, 50 anos, ex-secretário-executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP, entre 2008 e 2012) deverá ser indicado pelo partido para o cargo de primeiro-ministro.
NOTÍCIAS – 18.04.2014
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sexta-feira, 18 de abril de 2014
ELEIÇÕES NA GUINÉ-BISSAU: O PAIGC volta ao poder na Guiné-Bissau
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