Depois da meia-final quase perfeita, onde eliminaram as campeãs do 1º de Agosto, o palco estava montado para o Ferroviário de Maputo festejar o inédito título da Taça dos clubes campeões africanos de basquetebol em seniores feminino. Mas faltou estofo as “locomotivas” para contrariarem o Inter Clube e pararem a Italee Lucas, a norte-americana converteu na sua conta 26 dos 67 pontos que a equipa angolana venceu a final disputada neste domingo(04) na capital moçambicanas. “Mas demos o nosso máximo e conseguimos o segundo lugar”, consolou-se Leonel Manhique.
A final começou e Italee abriu o placar com o primeiro triplo, estavam jogados apenas 11 segundos. Antes das “locomotivas” entrarem no jogo já o Inter Clube tinha alargado a vantagem para 14 pontos a 0.
Só depois de 5 minutos do 1º período Ingvild Mucauro deu a resposta com um triplo. A equipa angolana controlava a partida e continuava a somar pontos. Anabela Cossa arrancou para o garrafão, driblou duas adversárias e encestou os primeiros 2 pontos que com outros 2 de Ingvild, da linha de lances livres, reduziram para 22 a 7 pontos a desvantagem.
Odélia abriu o placar no 2º período mas quem tinha visto o jogo da abertura começou a ter uma sensação de déjà vu, as “locomotivas” não defendiam tão bem como haviam travado o 1º de Agosto no sábado, procuravam chegar ao cesto com rapidez e sem calma, resultado a bola não entrava.
Mais organizada e melhor agrupada a equipa angolana dilatavam o placar enquanto Italee continuava o seu jogo particular, acabou a noite com 5 triplos encestados. Perto do cronómetro estourar para o intervalo Anabela Cossa disparou e não falhou, fez o 37 a 20 pontos que mantinha o Ferroviário da disputa.
Anabela e Odélia Mafanela reduziram a desvantagem no início do 3º período. Depois Ingvild tentou mostrar como a equipa deveria jogar, fechou bem na defesa, roubou a bola combinou, recebeu de volta e encestou. Mas o bom momento, que deu para reduzir para 10 pontos a desvantagem demorou pouco pois Pauline, Italee e Sequoia Holmes voltaram do banco de suplentes e o Inter voltou a controlar a final.
Com menos de 1 segundo para jogar a poste norte-americana disparou do meio da quadra e sentenciou a partida 50 a 37 pontos, só que ainda faltava mais um período para jogar.
Ingvild era a mais inconformada, abriu o placar no 4º período, mas os semblantes do banco técnico “locomotiva” mostrava a falta de ideias para chegar a vitória. Com pouco 2 minutos e 66 segundo para jogar Anabela encestou o seu segundo triplo na partida, dos três que lançou, o público comerou mas a desvantagem era de 14 pontos.
O colectivo continuava a não funcionar para defender nem para atacar, olhando para o cronómetro tentava-se chegar rápido ao cesto mas nem assim se encestava e a equipa angolana geriu e aumentou a vantagem para os 67 a 49 pontos finais.
“1º de Agosto só não conseguiu chegar aqui a final porque a arbitragem não permitiu”
“Tínhamos que ter entrado para corrigir os erros que cometemos no primeiro jogo contra o Inter, infelizmente cometemos os mesmos erros. Entramos num parcial de 12 a 0, como aconteceu no primeiro jogo, e perante uma equipa profissional como é o Inter era difícil ir buscar. Tentamos depois do intervalo fomos buscar 17 pontos reduzimos para 9 mas notou-se que já não havia pernas porque jogamos as meias-finais com uma equipa profissional como é o 1º de Agosto desgastamo-nos muito ontem. Só nos resta continuarmos a trabalhar, é um trabalho de há quatro anos trás que pouco a pouco começa a dar resultados”, reconheceu Leonel Manhique, o treinador das campeãs moçambicanas.
Manhique consolou-se afirmando que além do início nervoso da sua equipa “o Inter tem uma equipa super super estável, tem quatro a cinco atletas que jogam a profissional na Espanha e na França e outras vêm dos Estados Unidos. Mas demos o nosso máximo, conseguimos o segundo lugar”.
Apolinário Paquete disse que esperava ter de enfrentar a claque moçambicana e preparou a sua equipa para sair de Maputo com o troféu, “o jogo de hoje ganhamos a defender e penso que não há qualquer contestação a aquilo que fomos capazes de produzir”.
“Mas há aqui um parêntesis que é necessário abrir as arbitragens têm de mudar um bocado, as arbitragens estão a permitir muitos contactos e ontem o 1º de Agosto só não conseguiu chegar aqui a final porque a arbitragem não permitiu, eu estou a falar assim não no sentido de prejudicar a quem quer que seja mas para que a FIBA África tome cuidado quando é este tipo de competições, porque não é bom e não dignifica o basquetebol africano” acrescentou o treinador do Inter Clube.
Duas moçambicanas no cinco ideal
Além de ficar com o troféu colectivo o Inter Clube levou também o troféu da Jogadora Mais Valiosa(MVP) que foi para Sequoia Holmes.
A norte-americana foi ainda escolhida para o cinco ideal do Campeonato ao lado a companheira de equipa Italee Lucas, das moçambicanas Anabela Cossa e Leia Dongue e ainda da argelina Mireille Muganza Nyota.
Anabela terminou a prova como a melhor triplista enquanto Leia foi a melhor marcadora de todo o torneio.
A equipa da A Politécnica que foi convidada a participar na prova recebeu o troféu Fairy Play.
A classificação final da 22ª Taça dos clubes campeões africanos de basquetebol em seniores feminino foi a seguinte:
1. Inter Clube de Luanda (Angola)
2. Ferroviário de Maputo (Mozambique)
3. First Bank (Nigeria)
4. 1º de Agosto (Angola)
5. GS Petroliers (Algeria)
6. Forces Armees et Police FAP (Cameroon)
7. Kenya Ports Authority KPA (Kenya)
8. A Politécnica (Mozambique)
9. United States International University (Kenya)
10. Etoile Filantes (Togo)
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