Investigadores da Rússia comunicaram nesta terça-feira que abriram um processo criminal contra uma autoridade de alto escalão da Sibéria depois que pelo menos 77 pessoas morreram depois de beberem óleo de banho para tentar se embriagar.
O envenenamento em massa ocorrido em Irkutsk, cidade localizada a 4 mil quilómetros de Moscovo, foi o pior do tipo nos últimos anos num país no qual até 12 milhões de pessoas consomem substitutos baratos de bebidas alcoólicas.
Até agora os investigadores detiveram 23 pessoas, e o presidente russo, Vladimir Putin, exigiu controles mais rígidos da produção e venda de bebidas, remédios, perfumes e outros líquidos com alto percentual de etanol, ou álcool para ingestão. O óleo de banho letal de Irkutsk estava contaminado com metanol, uma forma derivada do álcool que é tóxica.
Também nesta terça-feira, o Comité Investigativo da Rússia disse que Yevgeniya Nefedova, uma vice-ministra responsável pelo uso da terra pertencente ao governo regional de Irkutsk, foi acusada de negligência devido ao acontecimento.
Em Novembro, um mês antes do envenenamento, Nefedova teve acesso a indícios de que um lote de terra estatal estava sendo usado para vender álcool ilegal, afirmaram investigadores.
"Ela tinha todos os poderes e a justificativa para pedir a um tribunal que anulasse o contrato (de aluguer)... mas, ao invés disso, Nefedova só aplicou mais uma multa", disse o comunicado.
O Ministério da Saúde da região de Irkutsk, por sua vez, informou que o número de mortos subiu para 77 e que 16 pessoas continuam hospitalizadas. Oito crianças ficaram órfãs devido ao envenenamento, disse o departamento de imprensa do ministério, segundo a agência de notícias Interfax.
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