Indubitavelmente, o ano de 2016 – prestes a findar – foi bastante difícil para os moçambicanos, principalmente para o cidadão cuja vida é marcada por inúmeros e infindáveis sacrifícios. 2016 não foi apenas um ano, foi um momento de sofrimento para o povo, pois nunca antes os moçambicanos foram colhidos com notícias e situações bastante adversas.
Ao longo do ano de 2016, o povo foi surpreendido com as descobertas de novas dívidas ocultas, para além da EMATUM. Em 2016, Moçambique enfrentou a sua pior crise financeira, devido em grande medida aos corruptos que durante anos delapidaram os cofres públicos. Foi o ano de execuções de membros dos partidos da oposição e académicos, e a vergonhosa solidificação de sequestros e assassinatos de albinos e raptos de empresários.
Em 2016, os moçambicanos viram a sua existência transformar-se num exercício de sobrevivência para continuarem a sustentar a mordomia do Governo de turno, que a única coisa que soube fazer com mestria foi mentir até à náusea. Foi um ano de politiquices atrás de politiquices.
O custo de vida, que já era insuportável, piorou. Assistiu-se a subida galopante do preço do pão, ao agravamento sistemático dos bens de primeira necessidade e ao aumento do preço do combustível, não obstante o preço do barril esteja a cair no mercado internacional, sem mencionar as situações clamorosas de corrupção, como o caso da descoberta de pagamento de suborno a funcionários seniores da Linhas Áereas de Moçambique (LAM) pela empresa brasileira Embraer. Vimos o Governo da Frelimo e a Renamo a brincarem de negociações para pôr cobro ao conflito armado.
E o que fez o Governo de turno diante desta situação toda? Nada. Ou seja, o Governo moçambicano limitou-se a assobiar para os lados, numa clara demonstração de que a crise, a fome e outros problemas que apoquentaram os moçambicanos não lhe diz respeito, até porque tem todas as contas pagas com o suor do povo. Aliás, não se falou de austeridade ou outra qualquer medida com vista a aliviar a carestia de vida que tem vindo a deixar a população sem norte.
Ao invés de solução, foi encontrado um culpado para justificar a falta de políticas e acções claras. Foi encontrado um bode expiatório para justificar a incompetência mórbida e a tamanha falta de seriedade que caracteriza o Executivo moçambicano: a conjuntura internacional. Na verdade, isso não passa de uma desculpa de um Governo sem agenda cujo único sentido de economia é o esbanjamento desenfreado do erário.
Portanto, é caso para dizer que 2016 é um ano para esquecer, pois o povo sentiu na pele a falta que faz ter um Governo de verdade.
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