O Presidente cessante gambiano, Yahya Jammeh, pressionado interna e externamente para se demitir após a sua derrota nas eleições presidenciais de 1 de dezembro último, nomeou quarta-feira um mediador para ajudar a resolver o impasse político no país.
Numa declaração à Rádio Gâmbia, Jammeh afirmou ter nomeado o ministro dos Assuntos Presidenciais, Musa Jallow, como mediador-geral "nestes momentos difíceis".
Jallow vai trabalhar com o ministro da Justiça e com a Assembleia Nacional para redigir um projecto de amnistia geral com vista a evitar perseguições "para que a nação possa restabelecer um clima de confiança e de segurança no quadro do mandato constitucional", declarou Jammeh, derrotado nas eleições presidenciais.
"Para o efeito, dou, pela presente, ordens executivas sobre a matéria, nos termos das quais ninguém será detido nem perseguido devido a actos ou omissões durante o período pré e pós-eleitoral com efeito a partir de 1 de Novembro de 2016 e 31 de Janeiro de 2017", acrescentou o mau perdedor.
Ele apelou a todos os Gambianos para se perdoarem mutuamente, em particular a classe política, e pediu para que "continuem a trabalhar juntos a fim de manterem e consolidarem a paz e a harmonia".
Exortou igualmente os seus compatriotas e todos os residentes no país a cumprirem as suas tarefas em paz e segurança, garantindo que, "em nome de Deus, tudo vai correr bem e tudo será brevemente resolvido em paz".
Jammeh felicitou ainda os Presidentes dos Estados-membros da CEDEAO, da Organização da Conferência Islâmica (OCI), da União Africana (UA) e das Nações Unidas pelo seu apoio à Gâmbia, afirmando que, embora alguns se tenham enganado, "os Gambianos não se enganaram aprendendo a lavar roupa suja em família".
Explicou que Jallow se certificará de que os serviços públicos e civis continuam a trabalhar eficazmente sem receio nem favor, mas duma maneira apolítica, ao serviço da nação.
Também fará questão de se encontrar com todas as partes abrangidas no país e "preparar uma reunião para que todas as partes possam ser ouvidas e que resolvamos tudo sem desconfiança entre nos", lê-se na declaração.
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