Quatro cidadãos encontram-se a contas com a Polícia da República de Moçambique (PRM) nas cidades de Maputo e Chimoio. Três são acusados de roubo de baterias para supostamente alimentarem o vício de consumo de estupefacientes e um por venda ilegal de combustível baldeado de camião-cisterna. Neste último caso, os modus operandi foram similares aos que em Novembro passado culminaram com a morte de mais de 100 pessoas e dezenas de feridos em Caphirizadje, província de Tete. Quem coloca freios a esta prática?
Em declarações à Polícia e à imprensa, os indiciados, que respondem pelos nomes de D. Patrício, S. Cruz e A. Momed, disseram são dependentes de drogas. Por isso, na noite de terça-feira (14), encontraram viatura estacionada, pertencente a uma senhora e retirada a bateria. “Queríamos vender para conseguirmos algum dinheiro”.
Um deles é pintor, o outro bate-chapa e o outro ainda é técnico de informática, segundo apresentaram-se. O roubo, de acordo com eles, deu-se na Avenida Salvador Allende, nas imediações da morgue do Hospital Central de Maputo (HCM), um área de jurisdição da 5a esquadra da PRM, que funciona no interior daquela unidade sanitária.
Nessa incursão, eles faziam transportar numa viatura supostamente pertencente à namorada ao indivíduo que se apresentou como informático.
Dado os modus operandi do grupo, a corporação disse que a visada está igualmente a ser investigada para se apurar o seu envolvimento ou não no crime em questão.
Para materializarem os seus planos, os suspeitos ora confessos não precisaram de vandalizar o carro, à semelhança do que têm feito outros malfeitores que perpetram o mesmo tipo de crime e se dedicam ao roubo de acessórios de viaturas, na capital do país e noutros centros urbanos do território moçambicano.
“Encontrámos o carro estacionado e a senhora tinha esquecido de trancar as portas. Abrimos o capô e levámos a bateria. Quando estávamos a sair, a Polícia já estava a perseguir-nos”, contou um dos detidos.
Tentativa de roubo de combustível acaba em cadeia
Já na cidade Chimoio, em Manica, um outro indivíduo está também privado de liberdade por alegado baldeamento de combustível de camião-cisterna para alimentar o comércio ilícito que floresce como cogumelos em diferentes pontos daquela província e do país, representando um verdadeiro perigo para os seus praticantes e clientes.
A Polícia local disse ao @Verdade que o acusado, de 37 anos de idade, é o motorista do próprio camião-cisterna, que partiu do Porto da Beira com destino a província de Tete.
Chegado em Chimoio, o condutor estabeleceu contacto com algumas pessoas que supostamente eram seus potenciais clientes, o que leva as autoridades policiais a acreditarem que não era a primeira vez que cometia tal irregularidade.
Ele foi surpreendido no bairro Francisco Manhyanga a tentar drenar o combustível do camião para vários galões de 20 litros cada com recurso a um tubo improvisado para o efeito. O visado ensaiou uma fuga mas sem sucesso.
Refira-se que a venda de combustível no mercado informal, sobretudo fornecido pelos motoristas encarregues em transportar este produto para vários pontos do país e fora dele, é uma prática recorrente.
Além de milhares de litros que semanalmente são apreendidos pela Polícia, em Novembro de 2016, um camião-cisterna explodiu e ardeu na localidade de Caphirizadje, no distrito de Moatize, província de Tete, causando mais de 100 mortos, dezenas dos quais no local da tragédia.
Até hoje, as autoridades ainda não apresentaram, publicamente, o desfecho deste caso assim como não aparentemente não responsabilizaram a ninguém, deixando transparecer que se tratou de um crime perfeito.
O povo continua às escuras em relação ao que poderá ter causado a explosão. O até hoje se sabe é que houve várias versões deveras contraditórias sobre o que realmente poderá ter acontecido a ponto de custar dezenas de vidas e deixar outras dezenas de crianças órfãos.
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