Após o @Verdade revelar, semana finda, que as autoridades veterinárias moçambicanas não têm a tecnologia necessária para aferir os prazos de validade da carne que é importada para o nosso País, fazendo apenas fé nos documentos emitidos nos Países de origem da carne, o Governo decidiu suspender temporariamente a importação de frango do Brasil assim como de qualquer outra parte do mundo. No País sul-americano a polícia descobriu uma máfia de produtores que subornavam fiscais sanitários para falsificarem certificados que lhes permitiu vender carnes com prazos de validade caducados e adulterados. Paralelamente, as autoridades moçambicanas cativaram centenas de toneladas de frango e seus derivados, importados entre Outubro de 2016 e Fevereiro passado, até que análises laboratoriais mostrem se estão em condições para o consumo humano. Não há risco de carência de frango em Moçambique pois os produtores nacionais suprem cerca de 90% da demanda do mercado.
No passado dia 17 de Março a Polícia do Brasil revelou que 21 produtores de carne pagaram subornos para encobrir graves violações sanitárias e permitir a venda de produtos podres e contendo salmonela, na sequência de uma investigação de dois anos que foi denominada “operação Carne Fraca”.
Face a essa situação foi criada uma equipa multi-sectorial pelo Governo de Moçambique que apurou que entre Outubro de 2016 e Fevereiro de 2017 foram importados do Brasil para o nosso País 360 toneladas de frango, pedaços e miudezas, das quais 324.785,71 quilos da empresa BRF, SA, e 33.779,52 quilos da empresa Seara Internacional, Lda, ambas citadas na “operação Carne Fraca”.
“Por forma a evitar os danos colaterais foi determinada a interdição da importação de todas as carnes vindas do Brasil e também de todo o frango que é importado tanto da Região(Austral) como do mundo, dado que o circuito de circulação da mercadoria é vasto e a maior parte dos Países que exportam para Moçambique são importadores do frango brasileiro”, afirmou a a Directora Nacional do Comércio Interno, Zulmira Macamo, em conferência de imprensa nesta quinta-feira(30), em Maputo.
No âmbito dos trabalhos da equipa multi-sectorial do Executivo, a Inspecção Nacional das Actividades Económicas(INA) detectou, em apenas dois dias de inspecções em todo País, 286.421 unidades de frango importado, directamente do Brasil e através dos Países vizinhos mas com origem no País sul-americano.
A mercadoria está avaliada em mais de 76 milhões de meticais e, segundo a Inspectora Geral da INAE, Rita Freitas, inclui também “9.987 pacotes de moelas, 226.713 pacotes de salsichas, 1.579 pacotes de fígado, 19 quilos de peito de frango, 827 quilos de patinhas de galinhas”.
“A maior quantidade de produtos foram encontrados na cidade e província de Maputo, Nampula e Sofala. A única província onde não foi encontrado frango importado do Brasil foi no Niassa”, disse Rite Freitas.
Moçambique não tem tecnologia para aferir a validade da carne
A carne de frango proveniente do Brasil que foi identificada em Moçambique foi retirada do mercado e está a ser submetida a exames laboratoriais microbiológicas, que estão previstos demorarem pelo menos uma semana, para apurar se é propícia ao consumo humano ou não.
Todavia, como o @Verdade revelou anteriormente, além de verificar se o frango e os seus derivados têm bactérias, vírus ou fungos o nosso País não tem nenhuma outra forma científica de aferir quando essa carne foi produzida e quanto tempo passou até chegar a Moçambique. “Ainda não temos essa tecnologia” para verificar o prazo de validade declarou em entrevista o director nacional dos Serviços Veterinários, Américo Conceição.
Governo garante que há frango nacional suficiente para a demanda do mercado
Entretanto na conferência de imprensa desta quinta-feira Inalda Lázaro, do Ministério da Saúde, tranquilizou os consumidores moçambicanos, relativamente ao risco de já terem ingerido algum frango do Brasil adulterado.
“Este produto conservante que está a ser usado em carne deterioradas(para mascarar o seu estado), este conservante é usado normalmente num produto bom desde que se cumpra os limites recomendados”.
“Estas substâncias químicas provocam problemas quando são consumidas em excesso e a longo prazo pode provocar cancro, neste momento não temos evidência de casos porque são substâncias que vão-se acumulando dentro do organizamos durante vários anos quando são consumidas em excesso. O ácido ascórbico(um dos químicos adicionado à carne), por exemplo, é vitamina C”, explicou a representante do Ministério da Saúde.
O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina e de frango e o quarto no segmento de suínos. Após o escândalo, 22 países e a União Europeia impuseram restrições parciais ou totais às importações do produto.
A única carne importada por Moçambique do Brasil é o frango.
A equipa multi-sectorial assegurou que enquanto o banimento durar o mercado moçambicano será abastecido por frango produzido localmente. Actualmente existem mais de 1,8 tonelada de frango nacional em stock pronto para ser comercializado em Moçambique.
Os produtores nacionais de frango são responsáveis por 70 mil toneladas da demando do País que é de 80 mil toneladas anuais da carne da ave.
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