Vinte e oito supostos toxicodependentes e narcotraficantes morreram em confrontos com a polícia nas Filipinas desde que o Governo do presidente Rodrigo Duterte retomou há dez dias a campanha antidrogas com a promessa que seria "menos sangrenta".
As vítimas foram mortas pelos agentes após supostamente resistirem à detenção em 979 operações policiais em todo o país desde o começo da operação Double Barrel Reloaded ("Duplo Canhão Recarregado") -nome da nova fase da campanha- até esta madrugada, indicou hoje a Polícia Nacional num relatório.
Nos últimos dez dias, os agentes visitaram 55.087 domicílios e detiveram 1.577 suspeitos, segundo os dados oficiais.
O documento especifica que 4.448 toxicodependentes e 231 traficantes entregaram-se voluntariamente às autoridades desde que Ronald Rosa, diretor da Polícia Nacional e homem de confiança de Duterte, declarou o início da segunda fase da campanha no último dia 6.
A nova etapa, iniciada após uma suspensão temporária de um mês, procura ser "menos sangrenta", segundo anunciou Rosa, que convidou inclusive a Igreja Católica a participar na supervisão das operações antidroga.
A Amnistia Internacional (AI) criticou hoje as 28 mortes e afirmou que "não se materializaram as reformas da polícia prometidas pelo presidente durante a suspensão por um mês das operações contra drogas no país".
Duterte suspendeu temporariamente a campanha antidroga no final de Janeiro para "limpar" a polícia de corrupção após uma primeira fase na qual houve mais de 7 mil mortos em sete meses, mais de 2,5 mil destes às mãos de agentes.
A "guerra contra as drogas", que na sua primeira fase concedeu impunidade aos assassinatos de supostos traficantes e toxicodependentes, recebeu duras críticas de países e organizações internacionais por supostamente violar os direitos humanos da população.
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