O número de mortos nas inundações no Peru subiu para 75 mortos, com 263 feridos, 20 desaparecidos e 630 mil pessoas afetadas, segundo o último relatório oficial de danos, divulgado pelo Centro de Operações de Emergências Nacional (COEN).
O documento, que reúne os danos registados desde que começou a temporada de chuvas em Dezembro, ainda não inclui ainda os quatro desaparecidos que caíram em um rio após o desabamento de uma ponte pela qual vários veículos passavam no momento.
O desastre natural também destruiu 12 mil casas, 25 escolas e oito postos de saúde. Além disso, cerca de dois mil quilómetros de estradas foram danificados e quase nove mil hectares de plantações perdidas.
A maior parte das vítimas se concentra nas regiões nortistas de Piura, Lambayeque, La Libertad e Áncash, que em conjunto somam 25 mortos, 111 feridos, 8 desaparecidos, 81 mil afectados e 8.200 casas destruídas. Lambayeque concentra o maior número de vítimas, com 41 mil afectados, seguida de Piura, com 19 mil; Áncash, com 17.600 e La Libertad, com 3.200.
Em Trujillo, a capital de La Libertad, mais da metade da população está há dois dias sem fornecimento de água potável pela ruptura do principal canal que abastece de água a cidade.
A queda da ponte sobre o rio Virú, onde ontem à noite desapareceram quatro pessoas, entre outras estruturas danificadas, impedem que o governo peruano possa levar ajuda a essas regiões através da estrada Pan-americana Norte, que percorre a costa peruana desde Lima até o Equador.
O Ministério de Transporte e Comunicações (MTC) autorizou neste domingo embarcações pesqueiras a transportar desde Lima produtos de primeira necessidade aos portos das zonas mais afectadas.
Na capital peruana, algumas casas também estão há dois dias sem água, já que o volume de lama e outros resíduos acumulados no rio Rímac, principal fonte de abastecimento de água da cidade, impedem o Serviço de Água Potável e Águas e esgoto de Lima (Sedapal) de recolher água da corrente fluvial.
As chuvas se devem ao atípico fenómeno climatológico do El Niño, que aqueceu a superfície do litoral peruano, o que por sua vez provoca intensas e incomuns chuvas em sua costa desértica, que provocam inundações, transbordamento de rios e deslizamento de terras, conhecidos no Peru pelo termo quíchua "huaicos".
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