Não há dúvidas de que o Estado moçambicano, desde a Independência Nacional, foi sequestrado por um bando de mercenário. São, na verdade, indivíduos sem escrúpulos que dirigem o destino deste país desde 1975, e empurram o povo, a cada dia que passa, para uma desgraça sem precedentes. Há quatro décadas que os moçambicanos vivem na menoridade, súbditos de política pervertida, limitando-se apenas a dizer “viva” as estúpidas decisões e obedecer cegamente.
Essa corja de mafiosos aproveitaram-se da ignorância, do sofrimento do povo nutridos pelo colono para introduzirem histórias alienantes, e o resultado disso é o grosso número de atrasados mentais que o país produz todos os dias. Mentirosamente, eles prometeram ao povo que seriam fiéis servidores, com a Independência Nacional, e o povo na ingénua convicção acreditou. Mas, a primeira coisa que eles fizeram foi armarem- se até aos dentes para acomodarem a corrupção, o nepotismo e a promiscuidade entre a política e os negócios pessoais dos governantes, em detrimento dos legítimos interesse da maioria oprimida.
As dívidas contraídas ilegalmente com o aval do Estado pelo Governo da Frelimo é um exemplo paradigmático disso. Hoje, o país enfrenta a sua pior crise financeira por conta de um bando de mercenários que venderam a pátria a troco de comissões neste e naquele negócio. Se não fazem das empresas públicas e/ou estatais as suas vacas leiteiras, usam o Estado para ampliar as suas riquezas, numa autêntica falta de escrúpulo. Em condomínios fechados, de persianas fechadas, fingem estar a discutir o bem-estar da nação quando, na verdade desfrutam do conforto da cadeira, da sala climatizada e outras mordomias sumptuosas pagas pelo erário.
O caso do ministro dos Transportes e Comunicação, Carlos Mesquista, é sem dúvidas o exemplo mais gritante de promiscuidade entre a política e o Estado. Mesquita deliberadamente tem vindo a violar a Lei de Probidade Pública. Usando a sua posição como ministro, o sujeito celebra contratos em negócios envolvendo as suas empresas com o Estado. Não estamos apenas diante de violação da lei, mas também da ética. É um demonstração de falta de carácter por parte de um dirigente moçambicano.
O desenvolvimento do país continua a ser postergado devido a essa promiscuidade e falta de vergonha que se enraizou no Estado moçambicano. O mais caricato a justiça moçambicana não tuge, nem muge. Portanto, até quando continuaremos a assistir a essa impunidade?
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