Quatro cidadãos da mesma família, com idades que variam de 11 a 25 anos, morreram, semana finda, no distrito de Mocuba, província da Zambézia, vítimas de rebentamento de uma mina antipessoal numa altura em que se encontravam a caçar ratazanas, uma prática considerada comum nas zonas rurais e que faz parte da estratégia de sobrevivência de algumas comunidades a braços com a fome.
O infortúnio aconteceu a 19 de Setembro em curso, na localidade de Murotone, e os malogrados tinham 11, 17, 20 e 25 anos de idade, de acordo com Inácio Dina, porta-voz do Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM).
Eles accionaram o engenho explosivo, por descuido durante a procura de ratazanas, tendo atingido mortalmente duas pessoas no local e igual número perdeu a vida no hospital onde recebia assistência médica.
A área onde o engenho rebentou foi isolada com vista a apurar-se uma provável existência de outros artefactos que representem um perigo à vida, segundo Inácio Dina, que falava no habitual briefing à imprensa.
Sorte diferente teve um miúdo de 12 anos de idade, no posto administrativo de Panjane, no distrito de Magude, província de Maputo. Ele contraiu ferimentos graves na perna esquerda, em consequência da explosão, também, de um engenho explosivo por ele accionado.
Inácio Dina disse a jornalistas que a criança achou o artefacto quando regressava da pastagem e atirou-o numa lixeira em chamas.
Na sequência desta acção, o adolescente foi atingido mas, felizmente, o pior não aconteceu.
Os dois acidentes acontecem numa altura em que Moçambique foi oficialmente declarado livre [a 17 de Setembro de 2015] de minas antipessoais, após 22 anos de desminagem.
Nesse dia, Calvin Ruysen, diretor regional para a África do Sul da Halo Trust, uma organização não-governamental (ONG) anglo-americana especializada na remoção de minas antipessoais, alertou que havia sempre a possibilidade de uma ou outra mina ser ainda encontrada por não se saber da sua existência.
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