Pelo menos 40 pessoas morreram e mais de 30 ficaram feridas hoje num atentado suicida em Cabul contra um centro cultural da minoria xiita, que abriga uma madrassa, uma mesquita e os escritórios de uma agência de notícias afegã.
A explosão no imóvel aconteceu por volta das 10.30 hora local (06.00 GMT) na área de Qala-e-Nazer, no oeste de Cabul, confirmou à Efe o porta-voz do Ministério afegão do Interior, Nasrat Rahimi, que acrescentou que entre as vítimas há mulheres e crianças.
O porta-voz explicou que o Centro Cultural de Tabyan abriga uma madraça, os escritórios da agência de notícias afegã Sada-e-Afghan (A Voz Afegã) e uma mesquita, e que na altura da explosão o imóvel acolhia um evento.
Um funcionário do Ministério do Interior, que pediu o anonimato, revelou à Efe que o ataque estava dirigido contra a minoria muçulmana xiita, à qual o centro cultural pertence.
O porta-voz da Polícia de Cabul, Basir Mujahid, revelou à Efe que "a maioria dos edifícios nessa área pertencem a xiitas", pelo que acredita "firmemente" que o centro cultural atacado também. Segundo Mujahid, um insurgente detonou os explosivos que levava no primeiro andar do centro, onde acontecia um evento "no qual participavam dezenas de pessoas", e que os escritórios da agência de notícias se encontram no apartamento superior.
"Após a primeira explosão produziram-se mais duas por bombas caseiras coladas perto da entrada principal do edifício", acrescentou o porta-voz policial, que disse no entanto que "quase a totalidade das vítimas se deveram ao ataque suicida".
A agência de notícias Sada-e-Afghan precisou através do seu site que quando aconteceu a explosão no centro cultural realizava-se um seminário no qual se debatia a ocupação soviética do Afeganistão (dezembro 1979 - fevereiro 1989).
Um porta-voz talibã, Zabihulah Mujahid, rejeitou a autoria do atentado e afirmou que "nada tem a ver" com eles. Os atentados contra a minoria xiita são comuns no Afeganistão e o último deles de relevância aconteceu em Outubro, quando morreram 39 pessoas e outras 45 ficaram feridas numa ação em Cabul reivindicada pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
Desde o final da missão de combate da NATO em janeiro de 2015, Cabul foi perdendo terreno perante os insurgentes até controlar apenas 57% do país, segundo o inspetor especial geral para a Reconstrução do Afeganistão (SIGAR) do Congresso dos Estados Unidos.
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