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terça-feira, 3 de julho de 2018

Armando Inroga foi PCA da TVM durante menos de cinco meses Menos de cinco meses após a sua ...

Foto do Gabinete do Primeiro MinistroMenos de cinco meses após a sua nomeação o Conselho de Ministros de Filipe Nyusi demitiu Armando Inroga do cargo de Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Televisão de Moçambique (TVM), alegadamente “por conveniência de serviço”.

Como é tradição nos executivos do partido Frelimo nenhuma justificação foi dada para a demissão no entanto logo após a nomeação o Instituto para a Comunicação Social da África Austral (MISA, acrónimo em inglês) Moçambique apelou ao Governo de Filipe Nyusi que revogasse a decisão.

“O MISA Moçambique tomou, com profunda preocupação, o conhecimento da decisão do Conselho de Ministro, desta terça-feira, de nomear o economista, político e antigo ministro da Indústria e Comércio, Armando Inroga, para o cargo do Presidente do Conselho de Administração da Televisão de Moçambique, Empresa Pública”, começou por referir em comunicado a Organização Não Governamental (ONG) que defende a liberdade de expressão e de imprensa.

A ONG declarou na altura estar particularmente preocupada “pelo facto desta nomeação não ter sido antecedida por uma consulta ao Conselho Superior de Comunicação Social, conforme conforme determina na Constituição da República de Moçambique. Com efeito, o nº3 do artigo 50 da Constituição da República de Moçambique”.

“A nomeação de um político, sem nenhum histórico na comunicação social, constitui um rude golpe e revês na ambição do país de caminhar rumo à plena liberdade de imprensa e de expressão, sobretudo à independência e imparcialidade dos órgãos de comunicação do sector público” referiu ainda o documento que considera que com este acto num ano eleitoral, “o governo está, não apenas a emitir um sinal preocupante ao ambiente de actuação dos órgãos do sector público, como também está a minar todo o esforço de democratização das instituições públicas nacionais, particularmente dos órgãos de informação do sector público”.

No entanto poderá ter contribuído mais para a queda de Inroga a veiculação em Maio último, no principal serviço noticioso da TVM, de um vídeo de supostos membros de um grupo armado que terá decapitado dez pessoas nesse mês na província de Cabo Delgado, quando na verdade as imagens já circulavam nas redes sociais desde Janeiro.

Nomeado a 13 de Fevereiro passado Armando Inroga fica para a história como o PCA que menos tempo ocupou o cargo na Televisão pública moçambicana.



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