A Procuradora-Geral da República(PGR), Beatriz Buchili, que há cerca de 2 anos de investigações tem sido incapaz de encontrar a evidente corrupção no caso das dívidas ilegais da Proindicus, EMATUM e MAM ou condenar os corruptos identificados nos casos Embraer e Odebrecht disse nesta terça-feira (03) que os moçambicanos não podem “ser uma sociedade tolerante à corrupção”!
“A nossa aposta é que não podemos ser uma sociedade tolerante à corrupção, onde um automobilista que viola as normas oferece valores ao agente de trânsito para que nada lhe aconteça, uma sociedade onde um agente económico viola as normas sobre a actividade que desenvolve, oferece valores ou outros favores ao inspector para não ser penalizado”, começou por afirmar a PGR durante a abertura da conferência sobre a intervenção do Estado, da Sociedade, e do Direito, no Combate a Corrupção.
Buchili disse que “a sociedade não pode ser tolerante à corrupção, onde um cidadão tem a convicção de que precisa de oferecer algo a um servidor público para que a sua pretensão seja satisfeita, ou obtenha tratamento célere”.
“A experiência mostra que é necessário que os cidadãos conheçam as condutas que configuram ilícitos criminais, bem como os mecanismos de prevenção e de combate, para contribuírem no estabelecimento de uma sociedade livre da corrupção”, referiu a guardiã da legalidade em Moçambique.
Segundo a PGR os comportamentos corruptos devem ser expurgadas da sociedade mediante “participação” pelos funcionários e agentes do Estado, mas também pelos cidadãos que presenciam ou tomam conhecimento das referidas práticas.
Concluindo o seu discurso, na conferência que junta académicos, especialistas das áreas jurídicas e empresarial e é promovida pela PGR, numa iniciativa conjunta com o Instituto Camões e União Europeia (UE), no âmbito do Projecto de Apoio à Consolidação do Estado de Direito nos PALOP (Países africanos de Língua Portuguesa) e Timor – Leste (PACED), Beatriz Buchili declarou ainda que a sociedade é que molda o Homem, sendo por isso crucial que se encontrem melhores formas para o seu maior envolvimento no combate a corrupção.
São paradoxais estas afirmações da Procuradora-Geral da República que nas suas mãos o maior caso de corrupção de sempre da história de Moçambique - o caso das dívidas ilegais da Proindicus, EMATUM e MAM - mas apesar de todas evidências materiais até hoje não conseguiu sequer pronunciar um único suspeito.
Estão também nas mãos de Beatriz Buchili há cerca de 2 anos os casos de corrupção na compra de aviões Embraer, pelas Linhas Aéreas de Moçambique, assim como os subornos declarados pela Odebrecht, construtura do Aeroporto de Nacala, e até hoje nenhum dos importantes funcionários e agentes do Estado denunciados foi condenado.
Haja moral para afirmar que a sociedade moçambicana é tolerante à corrupção!
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