Pela primeira vez desde há muito tempo o Estado moçambicano está com dificuldades em pagar o salário mensal dos seus funcionários, uma situação que pode estar relacionada com a fraca procura pelos Títulos do Tesouro que o Governo de Filipe Nyusi tem emitido para financiar o défice dos seus Orçamentos de Estado desde o congelamento do apoio dos doadores em 2016.
Centenas de funcionários públicos de vários sectores e em várias províncias confirmaram ao @Verdade que até esta terça-feira (31) o salário do mês de Julho “ainda não caiu na conta”, uma situação anómala pois o compromisso do Governo é pagar os seus funcionários entre os dias 15 e 30 de cada mês.
Embora o atraso não seja significativo o drama dos funcionários entrevistados pelo @Verdade é agravado pelo facto de no mês de Junho o “salário entrou no dia 15”.
O @Verdade contactou o Ministério da Economia e Finanças mas até ao fecho desta edição não recebeu um esclarecimento formal.
Aliás o ministro Adriano Maleiane nem sequer está na capital moçambicana tal como o Presidente Filipe Nyusi, em pré-campanha nas províncias, e ou primeiro-ministro, em acções partidária no Niassa, o que culminou com a não realização do Conselho de Ministros nesta terça-feira.
Entretanto o @Verdade entende que esta situação poderá estar relacionada com as dificuldades que o Estado está a enfrentar em financiar o seu défice orçamental, que este ano ronda os 84 biliões de meticais, através do emissão de Títulos do Tesouro.
Nos dois últimos leilões realizados pela Bolsa de Valores de Moçambique, onde o executivo pretendia 2,5 biliões de meticais acabou por só conseguir realizar 260 milhões de meticais.
Por outro lado importa recordar que a massa salarial do Estado moçambicano excede a capacidade do país custea-la, como tem sido alertado pelo Fundo Monetário Internacional que que notou num relatório de Fevereiros que: “Situando-se em 11,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016, a massa salarial excede a média para um grupo de 42 países de baixo rendimento e em desenvolvimento”.
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