O município dirigido por David Simango pretende que a megalómana ponte sobre a baía de Maputo seja denominada “Maputo – Ka Tembe”. Prevista inaugurar no passado Dia da Independência a ponte cujo custo inicial era de 315 milhões de dólares americanos, mas já ultrapassou os 750 milhões, está agora prometida para o último dia de Julho, porém o @Verdade verificou obras atrasadas nos viadutos Norte e Sul que devem demorar bem mais do 30 dias a estarem terminadas.
Durante a octogésima primeira reunião plenária da Assembleia Municipal de Maputo (AMM) , de aconteceu na manhã desta quarta-feira (18), o Concelho Municipal da Cidade de Maputo (CMCM) apresentou a sua proposta de topónimo a ser atribuído à ponte sobre a baía.
“Em face das auscultações públicas que foram realizadas, dentre o vários nomes propostos, prevaleceu o nome Maputo – Ka Tembe” revelou o Vereador para Área de Planeamento Urbano e Ambiente, Luís Nhaca, que precisou que as referidas consultas aconteceram somente nos distritos municipais Ka Mpfumo, Ka Tembe e Nlhamankulu.
Discursando em representação do CMCM Luís Nhaca disse que “alguns dos vários nomes propostos foram ponte Eduardo Mondlane, ponte Ka Mpfumo , ponte Ka Tembe – Maputo e dentre esses nomes prevaleceu Maputo – Ka Tembe”.
De acordo com o Vereador o Concelho Municipal da Cidade de Maputo concluiu da consulta pública que afirma ter realizado que esta escolha dos munícipes residentes nas partes oriental e ocidental da baía de Maputo, “aproxima-se à vontade dos munícipes, e estabelece o consenso entre as duas comunidades sem prejuízo das comunidades, trajecto e legado histórico das mesma nos termos do estabelecido nos artigos 11 e 27 do Decreto Lei nº 1/2014 de 22 de Maio”, que estabelece os mecanismos que devem ser seguidos para a atribuição de nomes a praças, ruas, edifícios, parques, acidentes geográficos (ilhas), entre outros lugares.
A proposta será agora objecto de análise pelas comissões especializadas da AMM e poderá ser votada na próxima reunião plenária, que deverá acontecer em Agosto, do órgão municipal da capital do país que é dominado pelo partido Frelimo com 37 deputados, contra 27 do Movimento Democrático de Moçambique.
Após aprovação pela Assembleia Municipal o novo topónimo ainda terá de ser submetido ao crivo do Conselho de Ministros.
Ponte que foi inicialmente orçada em 315 milhões já custou mais 756 milhões de dólares
Inicialmente orçamentado por um empreiteiro português em 315 milhões de dólares americanos quando a construção da ponte sobre a baía de Maputo iniciou, em 2013, o orçamento divulgado pelo Executivo de Armando Guebuza, com financiamento e empreiteiro chinês, foi de 725 milhões de dólares norte-americanos, todavia o @Verdade descobriu que o Exim Bank da China tinha disponibilizado até finais do ano passado 756.567.361 dólares.
A ponte que será a mais longa do seu género em África já teve inauguração prometida para finais de 2017, pelo Presidente Filipe Nyusi, anunciada para 25 de Junho, pelo director da empresa Maputo Sul, prevista para fins de Junho, pelo edil da Cidade de Maputo, e é agora apontada a data de 31 de Julho próximo para a sua conclusão.
Estes atrasos, ao contrário do que foi propalado, o @Verdade revelou em Novembro de 2017 deveram-se ao incapacidade do Governo de Filipe Nyusi disponibilizar em 2016 a comparticipação de cerca de 30 milhões de dólares norte-americanos que ficou na responsabilidade do Estado, no custo da ponte. Pelo meio até os vendedores do mercado “Nwankakana” foram instrumentalizados para justificar o atraso nas obras.
Atrasos não são só no lado afectado pelos vendedores do mercado “Nwankakana” mas também no viaduto Sul
Esta semana o @Verdade verificou, visitando as obras sem “guia turístico”, que pelo menos oito das onze actividades estruturais da ponte ainda não estão concluídas.
Na ponte principal a construção de estruturas de betão armado e pré reforçado estão concluídas, assim como a montagem de 110 unidades de cabos e pendurais de suporte do tabuleiro. Também terminou a montagem de 57 unidades do tabuleiro suspenso em módulos metálico.
No viaduto Sul, que nada tem a ver com os vendedores do mercado “Nwankakana”, ainda não estão pré-fabricados todas as 108 vigas T com 45 metros de comprimento, o assentamento das vigas T de suporte do tabuleiro ainda não foram montados na extensão total de 1.234 metros. A construção do tabuleiro em betão armado está em cerca de 60 por cento dos 1234 metros, assim como a montagem do separador central e das guardas da ponte.
Já no viaduto Norte a pré-fabricação em viga T com 30 centímetros de espessura ainda não cobre os 60 metros da extensão total, o assentamento do tabuleiro sobre vigas T está a cerca de 80 por cento dos 224 metros de extensão, falta ainda construir cerca de 20 por cento dos 853 metros do tabuleiro em caixão, e estão por concluir os 1.097 metros do tabuleiro do viaduto Norte.
Essas constatações são corroboradas por documentos do Ministério das Obras Públicas Habitação e Recursos Hídricos (MOPHRH), datados de Julho, que o @Verdade teve acesso. Sendo certo que David Simango deseja dar nome a ponte que viu nascer e participar da inauguração pode ser que até ao próximo dia 10 de Outubro a ponte “Maputo – Ka Tembe” seja finalmente inaugurada.
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