Venâncio Mondlane, dissidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), é formalmente membro do maior partido da oposição e foi apresentado publicamente, na quarta-feira (17), em Maputo, na presença de diferentes quadros séniores e deputados da Renamo.
O antigo deputado e relator da bancada parlamentar do MDM não teve direito à palavra no evento de formalização da sua recepção na Renamo, pese embora o pedido insistente dos seus antigos correligionários, com os quais se bandeou para a nova formação política.
Manuel Bissopo, secretário-geral do maior partido da oposição, classificou os dissidentes do “Galo” e/ou aqueles que retornam à “Perdiz” como “moçambicanos honestos que reconhecem a casa da Renamo”.
“Sei que alguns quadros aqui faziam parte de estruturas relevantes do outro lado [referia-se indirectamente ao MDM], mas quero dizê-los que entraram na casa certa. Voltaram para a casa certa (...)”, disse o Bissopo.
No seu entender, a filiação dos novos membros é uma “demonstração clara do reconhecimento dos ensinamentos” deixados por Afonso Dhlakama “durante os 41 anos” da sua liderança e é sinal de que o país precisa de consolidar a democracia, “ter pessoas livres e governos competentes (...)”.
O secretário-geral da Renamo – entidade que coordena as actividades político-administrativas das estruturas do partido, a nível nacional – considerou ainda a “revisão pontual da Constituição uma revolução que já está a produzir efeitos”.
Armindo Bila, delegado político da Renamo na cidade de Maputo, disse que o reforço dos ex-militantes do “Galo” dá ímpeto ao desiderato de vencer as eleições autárquicas previstas para 10 de Outubro deste ano. “Estamos para remover as barreiras rumo à vitória (...)”.
Armando Augusto, antigo chefe de mobilização e propaganda no MDM a nível da cidade de Maputo, afirmou que ele e os seus sectários juntaram-se à “Perdiz” porque acreditam no seu projecto e na diferença que pode fazer na capital do país.
Para além de Ismael Nhacucue, ex-chefe da bancada do MDM na Assembleia Municipal de Maputo (AMM), deram a cara pela Renamo: Domingos Chinguemane, delegado político distrital de KaPfumu.
Eles arrastaram igualmente consigo Rui Munona, membro da AMM e delegado político distrital de KaLhamanculo, Nelson Cristóvão, delegado político distrital de KaMaxaquene, entre outros de diferentes áreas.
Venâncio Mondlane desvinculou-se do MDM, “com efeitos imediatos”, por alegada “incompatibilidade e constrangimento” para continuar a desempenhar as funções que lhe foram incumbidas “de acordo com os nobres interesses do povo moçambicano”.
Por sua vez, os restantes membros justificaram que “o partido não tem um projecto sério para governar” o país, não sinais de pretender “ser uma alternativa de governação” e não é admissível ter ideias diferentes do pensamento do núcleo duro do MDM.
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