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quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Magala falhou desafios da transformação da EDM: receitas reduziram, dívida aumentou e ...

Foto da EDMMateus Magala, que está de saída da Administração da Electricidade de Moçambique (EDM) falhou alguns dos principais desafios da reforma financeira a que se propôs em 2015. O @Verdade apurou que a EDM fechou o exercício económico de 2017 a perder receitas superiores a 2,1 biliões de meticais, a dívida acumulada aumentou mais de 3 biliões de meticais e com um prejuízo que ascendeu aos 2,8 biliões de meticais. “As exportações caíram” justificou-se o ainda Presidente do Conselho de Administração (PCA) da eléctrica estatal que tem alertado que o preço de venda de energia aos seus clientes moçambicanos não cobre os custos de aquisição e de distribuição.

A missão de iluminar a transformação de Moçambique está longe de estar cumprida e nem a inauguração nesta quarta-feira (22) do novo ex-libris energético do nosso país, a Central Termoeléctica de Maputo, minimiza os falhanços da reforma financeira a que Mateus Magala se propôs quando em Agosto de 2015 assumiu os destinos da EDM.

Analisando as Demonstrações Financeiras de 2017 o @Verdade descortinou que depois de Magala haver conseguido aumentar as receitas, de 16,3 biliões para 29,1 biliões de meticais, no seu primeiro ano de Administração no ano passado as receitas caíram para 27.073.221.902 meticais.

O passivo total, que entre 2015 e 2016 aumentou de 47,9 biliões para 76,7 biliões de meticais voltou a crescer no exercício económico passado para 80.526.550.127 meticais.

Todavia é assinalável a redução do passivo corrente, de 32,6 biliões para 29.839.509.341 meticais, particularmente na rubrica de fornecedores que no primeiro ano da Administração de Mateus Magala tinham parado de receber, a dívida tinha disparado de 10 biliões para 23,9 biliões de meticais, em 2017 reduziu para 20,5 biliões de meticais.

“As exportações caíram”

No entanto o passivo não corrente, que entre 2015 e 2016 passou de 33,5 biliões para 44,1 biliões de meticais, continuou a crescente no ano passado ascendendo a 50,6 biliões de meticais, fundamentalmente influenciado pelo aumento de empréstimos de 25,7 biliões para 31,4 biliões de meticais.

Questionado pelo @Verdade, à margem da inauguração da Central Termoeléctica de Maputo, Mateus Magala justificou as contas negativas com o facto de: “As exportações caíram”.

“A África do Sul reduziu a actividade económica e colocaram no mercado o excesso de energia que conseguiram vender a cerca de 4 cêntimos do dólar (norte-americano)”, por isso o Botswana reduziu as suas aquisições, explicou o PCA da Electricidade de Moçambique.

As Demostrações Financeiras analisadas pelo @Verdade indicam que a Botswana Power Corporation que em 2015 comprou mais de 632 milhões de meticais em energia, em 2016 adquiriu 329 milhões de meticais, no ano passado comprou somente 1.133.889 meticais de electricidade à EDM.

As mineradoras Kenmare também compraram menos energia, dos 66,4 milhões reduziu para 35 milhões de meticais em 2017, assim como as Minas de Benga, baixaram de 23,9 milhões para 5,5 milhões de meticais.

Porém a perda mais significativa foi de receitas da Zâmbia Electricity Supply Corporation (ZESCO) que em 2016 chegou a adquirir 6,6 biliões de meticais em energia mas que por falta de pagamento viu o serviço ser interrompido.

Entretanto o @Verdade apurou que a venda de energia ao mercado nacional continua a aumentar, passou de 2 biliões em 2016 para 2.519.787.526 meticais em 2017.

Contudo a Electricidade de Moçambique tem declarado que o preço de venda de energia aos moçambicanos, cerca de 8 cêntimos por quilowatt/hora(kWh), não cobre os custo de aquisição que atingem uma média de 10 cêntimos, e muito menos cobrem os custos da distribuição por isso a Administração tem reiterado a necessidade de reajustar em alta as tarifas.



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