Dois médicos afectos ao Hospital Central de Maputo (HCM), o maior de Moçambique, foram destratados e levados à esquadra policial adstrita àquela unidade sanitária, acusados de terem negligenciado a saúde de um paciente que morreu, cujo familiar é membro da Polícia da República de Moçambique (PRM).
Trata-se de um médico internista e o respectivo residente. Na 5a esquadra da PRM eles foram interrogados durante horas a fio.
O episódio, ocorrido nos Serviços de Urgências do HCM, deu-se por volta das 15h10 do dia 13 de Agosto corrente, quando “um paciente, familiar de um suposto oficial da PRM, que padecia de hipertensão arterial, diabetes melitos, insuficiência cardíaca e renal” morreu, explica a Ordem dos Médicos de Moçambique (OrMM). As vítimas foram levadas àquela esquadra por seis policiais.
O que lá aconteceu é descrito pela OrMM como uma “violência emocional, psicológica, verbal e violação dos direitos humanos”.
“Os familiares do malogrado, inconformados com a notícia, proferiram ameaças, insultos e forçaram os médicos a deixarem de assistir outros pacientes para se deslocarem à esquadra da Polícia localizada no recinto do HCM”, diz um comunicado da OrMM.
Daquela unidade policial, os profissionais de saúde foram encaminhados para a 2a esquadra, onde se continuou o interrogatório que terminou a meia-noite, com a instauração de um “processo-crime sem acusação formal” de acordo com a lei. Desconhece-se o número do referido processo-crime e suspeita-se que tenha sido mantido em segredo pela própria corporação, por razões não descortinadas.
A Ordem salienta que a Polícia não tem competências técnicas na área médico-biológica para aferir a causa do óbito, para deve recorrer a entidades competentes, o que não aconteceu.
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