Mais de 1200 jovens desempregados ou economicamente desfavorecidos da cidade e província de Maputo e Tete vão beneficiar, até 2020, de um programa de formação e transferência de técnicas de produção de hortícolas com recurso à hidroponia e construção, implementado pela Gapi, em parceria com a International Youth Foundation (IYF) e financiado pela MasterCard Foudation.
Denominado “VIA: Rotas para o Trabalho”, o programa tem como principal objectivo atrair jovens para a empregabilidade e para o empreendedorismo nas áreas do agro-negócio e construção, bem como assegurar que estes criem e desenvolvam negócios sustentáveis.
O programa, que vai abranger jovens com idades compreendidas entre os 16 e 24 anos, com ou sem formação académica, foi lançado na segunda-feira, 22 de Outubro, no bairro das Mahotas, no Distrito Municipal KaMavota, cidade de Maputo, onde a Gapi montou dois campos de demonstração com sistemas de hidroponia.
Rui Amaral, coordenador da Unidade de Género e Juventude da Gapi, explicou que “o que se pretende com este programa é incentivar os jovens a apostarem na produção de hortícolas, aplicando tecnologias novas para facilitar o seu trabalho. Esperamos que os jovens melhorem os seus rendimentos e que, no fim, criem os seus projectos ou estufas com o sistema de hidroponia”.
Amaral, acrescentou que o programa será implementado também nos distritos de Marracuene (Bobole) e Namaacha (Mafuiane). Neste momento, de acordo com o coordenador da Unidade de Género e Juventude do Gapi, está na fase final a concepção da segunda componente do programa (construção), que será implementado na província de Tete.
Paralelamente, “estamos a criar um fundo para que os jovens beneficiários de ambas as componentes (produção de hortícolas e construção) tenham acesso a um crédito bonificado para poderem criar os seus próprios projectos”.
Por seu turno, Tomás Rafael, presidente da Associação de Produtores Massacre de Mbuzine, onde está a ser implementado o projecto, considerou, na ocasião, que o programa “VIA: Rotas para o Trabalho” constitui uma oportunidade para os jovens aprenderem a produzir com recurso a tecnologias e técnicas inovadoras.
“É mais um incentivo para os jovens porque, por exemplo, esta técnica (hidroponia) não requer muita força humana e isso facilita a sua integração. É diferente de fazer uma machamba em campo aberto”, disse Tomás Rafael, para quem o programa devia beneficiar mais associações da cidade de Maputo e do País, pois “também precisam de aprender a usar estas técnicas”.
“Sentimo-nos privilegiados por termos sido os primeiros beneficiários e encorajamos os jovens a abraçarem o projecto porque eles saem a ganhar. Os que estudam já podem comprar material escolar” afirmou o presidente da Associação de Produtores Massacre de Mbuzine. Sebastião Júlio, de 17 anos de idade, é um dos beneficiários e disse ter sido convidado e fazer parte do projecto em Maio deste ano, sendo que de lá a esta parte “consegui aprender muita coisa”.
“Quando cheguei não entendia nada desta técnica mas fui aprendendo com o tempo. Hoje sei como manter as plantas e produzir diversas hortícolas usando esta técnica”, garantiu Sebastião Júlio, que tem o sonho de criar a sua própria estufa.
Este programa, enquadra-se no Juve-Inova, uma plataforma nacional que prepara a juventude a contribuir para um desenvolvimento sustentável e inclusivo de Moçambique.
O juve-Inova, que além do Via já desenvolve o Agro-Jovem, é implementado em conjunto com uma rede de parceiros com competências comprovadas para identificar, seleccionar e prestar assistência técnica multiforme a jovens que revelem capacidades e empenho na criação e/ou expansão de pequenos negócios.
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