O aumento da importação de cervejas pelas empresas Cervejas de Moçambique e Heineken está a pressionar a Balança de Pagamentos do nosso país e a contribuir para a depreciação do Metical. Apenas em 2018 mais de 48 milhões de Dólares foram gastos na importação de cerveja.
O Instituto Nacional de Estatística revela que apesar de existirem pelo menos quatro fábricas de cerveja em Moçambique a sua venda reduziu 19 por cento, entretanto: “A importação de cerveja aumentou, face aos Trimestres homólogo de 2017 e anterior, em cerca 99,5 por cento e 22,5 por cento, respectivamente”.
Na sua mais recente “Síntese de Conjuntura Económica” o INE indica que a procura por cerveja nacional caiu acentuadamente em Outubro e Dezembro do ano passado, 30,88 por cento e 26,12 por cento, respectivamente. Em Novembro de 2018 registou-se uma subida de 2,7 por cento.
Castle, Hunters, Budweiser, Corona, Savanna, Sagres, Heineken ou Amstel, são algumas das marcas que parecem estar a inundar o nosso país. Em Outubro as importações aumentaram 127 por cento, em Novembro 127,5 por cento e em Dezembro 37,04 por cento, de acordo com o INE.
Dados da Balança de Pagamentos mostram que em Outubro foram despendidos 4,2 milhões de Dólares norte-americanos na importação de cerveja, em Novembro mais 3,9 milhões e no mês de Dezembro outros 2,2 milhões. Segundo o Banco de Moçambique os gastos com a importação de cerveja passaram de 27,1 milhões em 2017 para 48,7 milhões de Dólares norte-americanos em 2018.
O @Verdade perguntou as duas cervejeiras a operarem em Moçambique que quantidades importaram mas ambas não disponibilizaram essa informação.
O controle das Alfândegas de Moçambique a que o @Verdade teve acesso indicam que em 2018 entraram no nosso país mais de 300 mil hectolitros de cerveja.
Cervejas nacionais também pressionam Balança de Pagamento
Economistas ouvidos pelo @Verdade indicam que a depreciação que a nossa moeda tem estado a sofrer nos últimos meses deve-se a pressão que a Balança de Pagamentos está a sofrer devido ao aumento das importações, entre 2017 e 2018 dispararam 39,4 por cento, de 2,9 biliões para 4,2 biliões de Dólares norte-americanos.
Mas para além da cerveja que é importada também as chamadas cervejas nacionais pressionam a Balança de Pagamentos pois mais de 50 por cento dos seus factores de produção são importados: o malte de cevada, o lúpulo, o açúcar e até mesmo as garrafas.
As Cervejas de Moçambique assim como a Heineken Moçambique beneficiam de grandes isenções tributarias por parte do Governo não só pelos investimentos feitos mas também para manterem no mercado o único produto que não aumenta de preço desde 2015 mesmo com a desvalorização do Metical.
Recorde-se que em Março o Presidente Filipe Nyusi responsabilizou os empresários pela depreciação da moeda nacional. “(...) Continuamos preocupados porque não obstante a economia estar a registar sinais de vitalidade ainda se regista índice de produção indesejável que se reflecte na nossa balança comercial culminando com mais importações e menos exportações, e quem contribuir largamente para o aumento da produção e da produtividade é o sector privado”, afirmou o Chefe de Estado discursando na Conferência Anual do Sector Privado.
via @Verdade - Últimas http://bit.ly/2XcFKNC
0 comments:
Enviar um comentário