Depois de dois leilões de obrigações soberanas que ficaram aquém das necessidades o Governo de Filipe Nyusi regressou à Bolsa de Valores (BVM) para tentar financiar o seu Orçamento de Estado deficitário em 1,5 bilião de Meticais, uma das séries de Obrigações do Tesouro não teve investidores interessados.
Desde Abril que o Governo está a tentar, sem sucesso, financiar o deficitário Orçamento de Estado de 2019 através da emissão de mais dívida pública interna. A 23 de Abril colocou no mercado as Obrigações do Tesouro da 6ª, 7ª e 8ª Séries com o intuito de obter 3 biliões de Meticais mas conseguiu menos de 10 por cento, apenas 200 milhões de meticais.
A 7 de Maio voltou à BVM para colocar os remanescentes 2,8 biliões de Meticais de Obrigações do Tesouro da 6ª, 7ª e 8ª Séries no entanto vendeu somente 740 milhões , 140 milhões com a 6ª Série, 200 milhões com a 7ª Série e 400 milhões com a 8ª Série pagando juros entre 14 e 16 por cento.
Na passada terça-feira (11) o Executivo voltou a tentar vender as Obrigações do Tesouro da 7ª a 500 milhões de Meticais mas “não houve procura.
No entanto conseguiu obter 250 milhões com a nova reabertura das Obrigações do Tesouro da 8ª Série pagando juros de 15,25 e 16 por cento, a proposta inicial era vender 500 milhões prometendo juros de 10 por cento.
Adicionalmente, pagando juros até 20 por cento, contra os 12 por cento iniciais, o Executivo conseguiu vender 500 milhões em Obrigações do Tesouro da 9ª Série.
A emissão de Obrigações e de Bilhetes do Tesouro tem sido a principal forma do Governo de Filipe Nyusi financiar o Orçamento do Estado de 2019 que tem o défice de 93 biliões de Meticais onde a expectativa é obter 65,4 biliões desse dinheiro em falta através de empréstimos ao banco central, aos bancos comerciais, instituições financeiras e através da emissão de Títulos de Dívida Pública do Tesouro.
Os bancos comerciais são os principais investidores dos Títulos do Tesouro, que lhes tem rendido biliões de Meticais e proporcionado margens financeiras inéditas desde que a crise agudizou-se em Moçambique, no entanto a descida das taxas de juro, que são a referência para os rendimentos com Obrigações e de Bilhetes do Tesouro, parece estar a refrear essa apetência pela dívida pública interna.
via @Verdade - Últimas http://bit.ly/2IL67Vj
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