Existem dois Moçambiques ao menos, o primeiro é Moçambique que está nos jornais dos nossos dirigentes, eles conspiram, cavilam, articulam seduções, violam as leis, traem uns aos outros e os seus eleitores também, insultam-se, e todos com razão. Vivem pelo poder dos cargos e das verbas, portanto, este Moçambique é pobre, corrupto e carcomido.
Eles rastejam com o seu ventre no solo de poeira moçambicana, uma verdadeira maldição do livro de génese para todas as serpentes traiçoeiras. Este primeiro é Moçambique de Zumbis devoradores de trabalho, de impostos e exploradores de mão-de-obra. Mas existem outro Moçambique, no entanto, ele é jovem e dinâmico que enfrenta filas enormes para ouvir ideias no início do ano lectivo, debate um futuro mais transparente.
Ora, este segundo Moçambique me emociona muito, essas pessoas ouvem, pensam e respondem perguntas, aplaudem, criticam, reflectem, ensinam pelo silêncio, ensinam pelos olhos vivos, o engraçados é que todos são jovens, alguns com 70 anos outros com 16, sangue que faz bater o Coração da terra santa cruz.
O primeiro Moçambique tem poder, mas não é feliz, o segundo Moçambique não tem poder, não sabe ainda da extensão do seu poder, mas é alegre, na escuridão da crise que vivemos, cada um que eu ouço prantar é uma vela ardente, forte, decidida e luminosa. Obrigado a vocês do segundo Moçambique, o jovem escritor termina o dia emocionado por ter escrito esse pequeno texto e apreendido. Vós sois Moçambique do futuro.
* Licenciado em Filosofia pela Universidade Eduardo Mondlane; Moçambique
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