A existência de dois cidadãos com gripe H1N1 na Cidade de Maputo forçou o Governo de Filipe Nyusi a reunir de emergência em Conselho de Ministros e pressionou as autoridades de saúde a ignorarem o protocolo OMS e gastarem alguns dos poucos kits de testagem do coronavírus que Moçambique possui. “Todos foram negativos”, revelou o Director Científico do Instituto Nacional de Saúde.
Boatos sobre a existência de dois doentes com o Covid-19 na capital moçambicana tornaram-se virais nas redes sociais whatsapp e facebook e forçaram o Conselho de Ministros a reunir de emergência.
“Oficialmente não temos registo ainda de casos do coronavírus na República de Moçambique, entretanto não menosprezamos as informações que circulam ao nível das redes sociais”, tranquilizou o vice-ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Filimão Suazi, após a reunião de algumas horas em Maputo.
Para além de tirar o Executivo das suas actividades de rotina os boatos pressionaram as autoridades de saúde a ignorarem os critérios de definição de caso definidos pela Organização Mundial da Saúde que estão a ser usados em Moçambique: pacientes com febre e um sintoma respiratório, como tosse ou congestão nasal, que tenha viajado para um país onde há transmissão local ou tenha estado em contato com um caso suspeito ou confirmado, há 14 dias ou menos.
O @Verdade sabe que nenhum dos oito casos se enquadravam nos critérios definidos pela Organização Mundial da Saúde mas “muitas pressões” ditaram o gasto de kits de diagnóstico do Covid-19, dos pouco mais de 2 mil que Moçambique possui.
Foram usados para a testagem de três moçambicanos e cinco estrangeiros que, para além de sintomas gripas, tinham como histórico três viagem para a China, três com histórico de contacto com um indivíduo que viajou para um país de contagio, um com histórico de viagem a Alemanha e um com histórico de viagem a Itália.
“De todos estes oito suspeitos que foram testados no laboratório de virologia, que é o laboratório de referência para a testagem do coronavírus em Moçambique, todos foram negativos”, revelou em conferencia de imprensa o Director Científico do Instituto Nacional de Saúde, Dr. Eduardo Samo Gudo.
O Dr. Samo Gudo precisou que “três destes indivíduos foram positivos para vírus da influenza H1N1, um vírus que causa gripe sazonal todos os anos” em Moçambique, e no mundo mata cerca de 20 mil pessoas no mundo anualmente.
“Destes oito negativos se inclui uma criança de 11 meses, de nacionalidade moçambicana, que tem um histórico de contacto com a avó de nacionalidade portuguesa, com histórico de viagem recente para Portugal, e que procurou os serviços médicos no Hospital Privado, esta criança teve o resultado negativo com base no teste molecular padronizado pela OMS. Inclui também um adulto de nacionalidade sul-africana com histórico de viagem recente para a Alemanha e que procurou os serviços médicos no ICOR”, detalhou o Dr. Samo Gudo.
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