A pandemia do coronavírus e a queda do preço do petróleo poderão atrasar o início da produção de gás natural na Bacia do Rovuma. “Estamos numa situação muito sensível a nível global”, admitiu o PCA do Instituto Nacional do Petróleo (INP). Impossibilitados de trabalhar e em quarentena na Província de Cabo Delgado estão dezenas de trabalhadores das petrolíferas.
Os isolamentos e quarentenas impostas pelas autoridades chinesas para travar a propagação do Covid-19 reduziram para metade a actividade económica no gigante asiático o que ditou um corte de cerca de 20 por cento no seu consumo de petróleo. Sendo um dos principais compradores mundiais de crude originou uma oferta maior de petróleo que, e na falta de acordo para redução da produção na Organização dos Países Produtores de Petróleo, o preço caiu dos 50 a 60 dólares para 30 a 40 dólares norte-americanos o barril.
Uma maior oferta e o preço baixo do petróleo geram menor apetência para investir em novas fontes de energia como no gás natural existente na Bacia do Rovuma, na Província de Cabo Delgado.
Confrontado pelo @Verdade o Presidente do Conselho de Administração do INP, Carlos Zacarias, declarou: “Estamos numa situação muito sensível a nível global, caracterizada pelo coronavírus e também pela descida do preço do petróleo, que aparentemente tem a ver com algum desentendimento entre alguns países dentro da OPEP. Espero que essa baixa dos preços do petróleo não seja por muito tempo e não tenha impactos negativos nos investimentos que estão a ser feitos”.
A verdade é que embora a Decisão Final de Investimento na exploração do gás natural existente nos campos de Golfinho/Atum, na Província de Cabo Delgado, tenha sido tomada em meados de 2019 os biliões de dólares ainda não começaram a fluir na economia moçambicana porque os bancos ainda não finalizaram as operações de financiamento de cada um dos sete acionistas. Aliás a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos ainda nem sequer conseguiu iniciar o processo de financiamento bancário.
Outro projecto que poderá sobre atrasos é da exploração dos campos Mamba/Prosperidade, liderado pela ExxonMobil, e cuja Decisão Final de Investimento é ansiosamente aguardada durante o corrente ano.
Total Moçambique “toma com muita seriedade a ameaça do coronavírus”
Paralelamente as restrições nas viagens pelo mundo, e em Moçambique em particular, poderão afectar as actividades em curso na Província de Cabo Delgado onde pelo menos 37 cidadãos estrangeiros estão em quarentena por terem viajado a partir de países onde a pandemia do Covid-19 está altamente transmissível.
Basta recordar que os principais investidores na Bacia do Rovuma são empresas da Itália, França, Estados Unidos da América, Japão e China, países com elevada transmissão local do novo coronavírus.
Contactada pelo @Verdade a Total Moçambique declarou que: “toma com muita seriedade a ameaça do coronavírus e está comprometida em tomar todas as medidas práticas para impedir a sua transmissão em Moçambique”.
“Estamos em contacto estreito com as autoridades de saúde de Moçambique e seguiremos rigorosamente as suas orientações em relação à quarentena e outras medidas. A empresa está a limitar todas as viagens internacionais àquelas consideradas vitais para as operações e possui planos de continuidade do trabalho para garantir que o impacto sobre o Projecto seja mitigado sempre que o pessoal-chave não puder viajar”, acrescentou a petrolífera francesa que passou a liderar o projecto nos campos de Golfinho/Atum.
A Eni, petrolífera italiana que lidera o projecto no campo de Coral Sul e é parceira da ExxonMobil nos campos Mamba/Prosperidade, prometeu responder ao pedido de esclarecimento do @Verdade mas até ao fecho da edição não o tinha realizado.
Além da movimentação dos seus funcionários estrangeiros a Eni está a construir a sua Fábrica Flutuante de Gás Natural Liquefeito na Coreia do Sul, o terceiro país mais afectado pela pandemia do coronavírus no mundo.
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