O governo de Benguela proibiu a manifestação convocada pela UNITA para o próximo sábado em exigência a demissão de Suzana Inglês do cargo de presidente da Comissão Nacional Eleitoral. O maior partido oposição insiste em sair às ruas este fim-de-semana, alegando que todos os cidadãos têm o direito de reunião e manifestação. A polícia nacional diz irá cumprir com as orientações do governo. Em carta dirigida ao secretário provincial da UNITA, Alberto Francisco Ngalanela, o governador Armando da Cruz Neto, disse que o roteiro definido pela oposição colide com os locais onde se realizarão as actividades comemorativas do aniversário da fundação da cidade de Benguela. Por seu turno, Ngalanela afirmou à Voz da América que a justificação do governo não passa de uma manobra para impedir a marcha de protesto em exigência da realização de eleições livres, justas e transparentes. "Nós estaremos nas ruas, a manifestação é um direito consagrado no artigo 47 da nossa Constituição", afirmou o político acrescentando que "dentro da lei a UNITA não vai permitir que se inviabilize o roteiro da manifestação." Inicialmente, o itinerário da manifestação prévia a concentração dos manifestantes no Largo do Liceu e com término no Largo de Peça, mas o governo alega que, no sábado serão feitas actividade nestes lugares onde ocorrerá uma moldura humana significativa. Segundo apurou a VOA esta manhã a UNITA apresentou um roteiro alternativo e o governo ainda não se pronunciou. "Nós estamos habituados a estas artimanhas por parte do governo. Nunca o governo aceitou uma proposta mesmo cumprindo com todos os pressupostos da lei." Na província do Huambo, uma das grandes praças eleitorais da UNITA, a oposição projectou levar às ruas mais de 100 mil pessoas, contra os mais de 50 mil previstos para a província do Bié e 30 mil aqui em Benguela.
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