A Polícia da República de Moçambique ainda não conseguiu prender os autores morais dos 22 sequestros de empresários ou seus familiares de origem asiática no país, mas um dos detidos, que se acredita seja um dos operativos, disse pelo menos o nome de um dos mandantes. A imprensa teve ontem a possibilidade de os conhecer, incluindo os meios que usaram para os raptos e os respectivos cativeiros.
Ao todo, são sete indivíduos que estão a contas com a Polícia da República de Moçambique acusados de ser agentes operativos nos crimes de sequestro de 22 cidadãos de origem asiática nas cidades de Maputo, Matola, Beira, Tete e Nampula. As vítimas tinham todas um denominador comum: ou eram empresários ou seus familiares.
Dentre os detidos, está uma mulher, esposa de um dos supostos criminosos, de origem angolana. Ela tinha na sua conta bancária cerca de 14 milhões de meticais, o que levou a polícia a desconfiar que fosse fiel depositária do dinheiro de resgate pago pelos familiares das vítimas. Para além do angolano, estão, entre os detidos, um cidadão nigeriano e o filho de um oficial superior da polícia, que, no entanto, nega estar envolvido com os raptos, alegando estar sob custódia policial apenas porque foi encontrado com um dos supostos criminosos, que lhe terá pedido boleia a troco de 50 mil meticais. Tirando a mulher e o nigeriano, a polícia diz que todos os outros são cadastrados perigosos e estavam a cumprir penas de até 20 anos de prisão, por prática de vários crimes. Mas por terem apresentado bom comportamento na cadeia, beneficiaram de liberdade condicional. A corporação acredita, ainda, que os mesmos se terão conhecido nas celas da Brigada Operativa, vulgo B.O, no entanto, continuam a não confirmar ou desmentir que tenham alguma relação com Nini Satar e Vicente Ramaya, que no início do ano foram transferidos da B.O para as celas do Comando da Cidade de Maputo, por, na altura, se suspeitar que tivessem alguma relação com os raptos.
A polícia apreendeu 22 viaturas de várias marcas, algumas das quais luxuosas, que estavam na posse dos detidos, e que se acredita tenham sido usadas nos sequestros. Foram igualmente apresentados 14 telefones celulares e três das quatro casas que eram usadas como cativeiros.
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