Pescadores artesanais do distrito de Angoche, na província de Nampula, norte do país, estão a "fugir" da região por lhes estar a ser imposta a necessidade de conservação e de pesca responsável dado que os recursos começam a escassear.
A informação foi-nos revelada por Sabino Omar Assane, presidente do Fórum dos Pescadores de Angoche. Ele apontou que até Junho último, por essa razão, um total de 1.750 pescadores tinham migrado para a província de Sofala, no centro de país.
Segundo Sabino, a quantidade de pescado baixou, embora se esteja a sentir tendência para recuperar nos últimos tempos.
Num outro desenvolvimento, o nosso interlocutor afirmou que a escassez de pescado em Angoche é resultado da relutância do Governo moçambicano em não declarar o Arquipélago das Ilhas Primeiras e Segundas, como reserva marinha de carácter parcial, cuja papelada adormece no Ministério das Pescas.
Para Sabino, se o arquipélago já tivesse sido declarado como reserva, não haveria necessidade de os pescadores migrarem para outros cantos e desestabilizando as famílias, pois os locais de criação de espécies marinhas já estariam a contribuir para o aumento do manancial de pescado.
O Fórum dos Pescadores de Angoche é constituído por 5 Conselhos Comunitários de Pescas. Debate-se, entre outros problemas, com o problema que diz ser "da alta taxa aplicada no processo de vistoria imposto pelas autoridades das Pescas no país".
Actualmente, na província de Nampula a taxa de vistoria para a actividade pescatória é de 1.200,00Mt.
Sabino acusa as autoridades ligadas à Administração Marítima de não colaborarem com o Fórum dos Pescadores, na medida em que emitem, segundo ele, guias para os pescadores emigrantes sem o consentimento da agremiação
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