O Banco de Moçambique pôs em dúvida os valores anunciados recentemente pela Polícia como tendo sido encontrados nas contas dos indiciados de sequestros que nos últimos tempos assolaram as cidades de Maputo, Matola e outras regiões do país, segundo o Jornal Notícias, na sua edição desta quarta-feira.
Logo após a neutralização do primeiro grupo de supostos sequestradores a Polícia da República de Moçambique (PRM) anunciou ter encontrado e confiscado valores supostamente pagos nos resgates, estimados em cerca de 13 mil milhões de meticais nas contas bancárias dos criminosos.
Ontem, depois de ressalvar que não é da competência do Banco de Moçambique comentar as acções da Polícia, Waldemar de Sousa admitiu que o mais provável é que tenha havido lapso na contagem dos valores por parte das autoridades policiais.
É que, segundo ele, a totalidade do dinheiro que está em posse do público e dos bancos é de cerca de vinte um mil e seiscentos milhões de meticais.
Feitas as contas, se se excluir aquilo que está na posse dos bancos, que é cerca de quatro mil milhões de meticais, fica-se com cerca de 17 mil milhões de meticais na posse do público.
"Significa isso que se alguém está na posse de 13 mil milhões é um pouco estranho, por isso, continuamos a acreditar que terá havido algum lapso nas contas apresentadas pela Polícia", referiu Waldemar do Sousa.
Entretanto, o próprio porta-voz do Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique, Pedro Cossa, já admitiu ter havido lapso ao anunciar, no primeiro dia, a confiscação dos 13 mil milhões de meticais.
A fonte refere que, na verdade, a Polícia confiscou cerca de 13 milhões de meticais encontrados na conta da esposa do cidadão angolano, tido até aqui como a peça-chave no esclarecimento dos crimes dirigidos, sobretudo, a cidadãos de origem asiática.
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