@Verdade online: Aumento de cirurgia vaginal estética alarma os ginecologistas

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Aumento de cirurgia vaginal estética alarma os ginecologistas Aug 27th 2012, 12:08 O Médico ginecologista e cirurgião plástico de reconstrução, o dr. John Miklos, de Atlanta, nos Estados Unidos, define-se como um "alfaiate médico", especializado em cirurgia para remodelar as partes íntimas da mulher. O médico, a actuar como cirurgião ginecologista há quase 20 anos, cita casos de pacientes que dizem ter obtido melhor desempenho sexual depois da vaginoplastia, um procedimento para apertar cirurgicamente o canal da vagina, alargada pela idade ou partos. "As mulheres chegam e dizem-me que não têm mais o desejo de ter relações sexuais porque nada sentem", disse Miklos. "Eu garanto que se um homem não sentisse nada, ele também não faria sexo." A cirurgia cosmética na genitália feminina é um pequeno segmento do mercado de cirurgia plástica nos Estados Unidos, mas está a crescer, e estima-se que milhares de mulheres submetam-se a essa intervenção todos os anos. Essa expansão ocorre apesar do alerta feito em 2007 pelo Colégio Americano de Ginecologistas e Obstetras (Acog, na sigla em inglês), que questionou fortemente a validade médica e a segurança da cirurgia cosmética no órgão sexual feminino. No início deste ano, a entidade debateu a tendência no seu encontro anual, em San Diego, na Caligórnia. "Não foi comprovada a eficácia em nenhum desses procedimentos, e há um potencial de danos", escreveu a ginecologista Cheryl Iglesia, de Washington, ex-membro do comité da Acog, num editorial na publicação Obstetricia e Ginecologia, edição de Junho. "As mulheres estão a ser enganadas ou estão confusas sobre o que é normal... e sobre o que constitui uma condição para a qual podem obter ajuda por meio de tratamento", escreveu ela no artigo. Os críticos dizem que a tendência é o mais recente serviço destinado a mulheres em busca dum ideal impossível de perfeição física, estimulado pela pornografia na Internet e propaganda de cirurgiões que podem não estar a explicar todos os riscos, como infecções, cicatrizes, dor e perda das mesmas sensações que algumas pacientes buscam melhorar. "Mesmo quando as mulheres são informadas sobre as potenciais complicações, como insensibilidade do clitóris… ainda assim elas podem não mudar de ideia se têm a noção de que precisam duma aparência mais jovem ou uma vulva mais perfeita ou mais desejável", disse o psicólogo Harriet Lerner, especializado em questões femininas. Mais de 2.140 mulheres submeteram-se a cirurgias de "rejuvenescimento vaginal", ano passado, nos Estados Unidos, de acordo com a Sociedade Americana para a Cirurgia Plástica Estética. Mas a Sociedade Internacional de Cirurgiões de Plástica Estética estima o total no país em 5.200 em 2010. Os especialistas dizem que essas cifras não incluem muitos procedimentos feitos por ginecologistas.

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