A malária e a tuberculose estão, paulatinamente, a ser substituídas pelas chamadas doenças crónicas que são, designadamente, a diabetes e as cardiovasculares, no mundo e, particularmente, em Moçambique, segundo acaba de alertar o Banco Mundial.
O alerta foi publicamente feito no decurso de um encontro com autoridades moçambicanas ligadas ao sector da Saúde, na qual participou também o respectivo titular da pasta, Alexandre Manguele.
Na ocasião, o director desta instituição para Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe, Laurence Clarke, explicou que a transição epidemiológica das doenças transmissíveis para doenças de natureza crónica não constitui exclusividade para Moçambique.
"Moçambique deve estar preparado para este fenómeno e tomar medidas necessárias para não ser surpreendido", enfatizou Clarke.
Ele reiterou que à medida que a malária e tuberculose vão recuando na pauta das principais enfermidades à escala mundial, elas vão sendo substituídas por doenças cardíacas e diabetes "e é importante notar que não existe nenhum sistema de saúde no mundo que tenha as respostas certas sobre as razões de fundo deste novo fenómeno", elucidou.
O encontro serviu ainda para fazer uma reflexão conjunta sobre o nível de cooperação existente entre Moçambique e Banco Mundial, tendo Manguele transmitido a ideia de que o sector da Saúde quer caminhar para uma gestão eficiente e transparente dos fundos disponibilizados quer pelo Governo, quer pelos parceiros externos.
Desnutrição Durante a reunião foi ainda apresentado um estudo sobre a desnutrição crónica apontada como estando a reduzir o Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique em 1% em média anual e que "o custo económico da malária é ainda maior que o da desnutrição crónica".
Estas informações foram apuradas durante uma pesquisa recente que abrangeu mais de mil empresas privadas moçambicanas, tendo ainda concluído que o HIV/SIDA e a malária são os principais constrangimentos para o crescimento económico de Moçambique após a corrupção e o crime violento.
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