O Programa Integrado de Reforma da Educação Profissional (PIREP), iniciado em 2006, está em curso e é promissor. Todavia, há alguns obstáculos que inquietam os seus gestores, dos quais a exiguidade do dinheiro alocado para levar a cabo a nova metodologia de formação, a insuficiência de equipamento para as aulas teóricas e práticas e a falta de uma legislação específica para este tipo de ensino.
O PIREP contempla três fases, nomeadamente a piloto, 2006-2010, a experimental, 2010-15, e a da consolidação, 2015-20. O seu objectivo é criar condições para que os graduados sejam melhor acolhidos no mercado do trabalho e muni-los de ferramentas metodológicas para explorar as suas habilidades.
O director nacional da Educação Profissional e Vocacional, Gilberto Botas, disse que desde que o PIREP foi introduzido passou de 50 para 108 escolas de formação técnico-profissional em Moçambique. Este ganho deveu-se à reabilitação e construção de infra-estruturas destinadas a munir os alunos de conhecimentos que lhes permitam a encarrar o mercado laboral.
Segundo o nosso interlocutor, a Reforma da Educação Profissional trouxe mudanças na maneira de ser e de estar dos formandos e em todo o sistema de ensino técnico. Houve uma nova abordagem na elaboração metodológica dos currículos, aproximou os sectores produtivo e de formação para gestão conjunta do processo de ensino e aprendizagem e os parceiros e a sociedade civil cooperam na construção e alargamento de infra-estruturas escolares.
Neste momento, um dos desafios é o apetrechamento das escolas e ultrapassar a insuficiência de materiais laboratoriais e de oficina.
No futuro, de acordo com Gilberto Botas, o desejo é que haja novos mecanismos de financiamento da educação profissional com a comparticipação do Governo, do sector empresarial e dos pais e encarregados de educação. Em relação a este último aspeto, a fonte referiu que as propinas pagas pelos alunos não estão desajustados dos custos reais de formação.
Por exemplo, quando se introduzir um novo modelo de financiamento espera-se que os alunos ajudem a melhorar a dieta alimentar dos centros internatos de ensino profissional e cumpram integral e rigorosamente o programa de formação nas perspectivas teoria e prática.
Nas palavras do nosso entrevistado, o ensino técnico-profissional recebe apenas três por cento do valor total canalizado ao sector da Educação. Essa quantia é ainda exíguo quando comprado com os sete por cento que se pretende atingir este ano.
A partir deste ano, as autoridades da Educação equacionam introduzir cursos profissionalizantes no ensino secundário geral, pelo numa escola em cada província.
Gilberto Botas referiu que para responder ao novo modelo de formação iniciou-se a formação dos professores dentro e foram do país. Em 2012, por exemplo, 19 docentes foram a Portugal aumentar os seus conhecimentos nas áreas de mecatrónica, mecanização agrícola, agrária e electricidade.
Actualmente, o ensino técnico-profissional conta com 2.442 professores. Este ano serão contratados 120 professores, contra 200 recrutados em 2012. Mesmo assim, o número de docentes continua insuficiente para responder à demanda.
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