O Mamparra desta semana é Moshin Sidat, director da faculdade de Medicina da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), que por despacho chancelou a reprovação de 100 médicos estagiários que de forma solidária aderiram à greve da classe, decorrida entre os dias 7 e 15 de Janeiro último.
"A implementação das decisões do Conselho da Faculdade pela Direcção da Faculdade de Medicina não invoca os dispositivos legais que os estudantes do 6º ano violaram, tratando-se apenas de juízo de opiniões, não tendo qualquer fundamento legal que a suporte" - Associação Médica de Moçambique
Com esta mamparrada, os 100 médicos do universo de 137 finalistas, não irão concluir o curso este ano.
A chancelar a decisão, em jeito de cumplicidade, está o Ministério da Saúde (MISAU), entidade que esperava receber esta centena de médicos, alegadamente porque não pode contrariar a decisão de Moshin Sidat.
Na sua estreia neste infindável universo de mamparras, Sidat, no despacho assinado pelo seu punho e letra, aponta que "todos os estudantes do sexto ano que comprovadamente faltaram às suas obrigações académicas consideram-se reprovados no segmento do Estágio Médico Integrado onde se encontravam quando o referido incumprimento ocorreu".
O referido despacho indica ainda que a data de repetição do estágio em que reprovaram fica ao critério dos departamentos onde o mesmo deve decorrer, ou por outras palavras, o responsável pode e muito bem decidir que o trabalho deve ser refeito no próximo ano, por exemplo.
Jorge Arroz, o presidente de Direcção da Associação Médica de Moçambique (AMM), estupefacto com esta mamparrada, disse à Imprensa que foram surpreendidos pelo despacho e que estão neste momento a analisar uma série de dispositivos legais disponíveis com vista a averiguar até que ponto a decisão faz sentido.
Pelo que ficou acordado quando a AMM e o MISAU "fumaram o cachimbo da paz" que pôs termo à greve, ficou decidido que não se tomaria nenhuma medida administrativa contra os grevistas, o que significa que as faltas marcadas nas unidades sanitárias perdiam todos efeitos.
Mas Moshin Sidat, e seus correligionários, mandaram, com uma enorme mamparrada, o pacto público para o caixote do lixo, para gáudio da arrogância soberba.
Basta deste tipo de Mamparras, mamparras e mamparras.
Até para a semana!
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