Dezenas de milhares de manifestantes, não se deixando intimidar pelas prisões de líderes opositores, marcharam na capital da Malásia neste sábado pedindo a renúncia do primeiro-ministro Najib Razak.
Vestidos de camisetas amarelas, manifestantes marcharam pelo centro de Kuala Lumpur parando o trânsito em diversos pontos turísticos, encerrando de forma pacífica em frente ao icónico Petronas Twin Towers, após o plano inicial de se reunir na Praça da Independência ser frustrado pela polícia.
Najib tem enfrentado críticas desde que o Wall Street Journal reportou no ano passado que cerca de 700 milhões de dólares do fundo estatal 1Malaysia Development Berhad (1MDB) foi desviado para a conta bancária pessoal do primeiro ministro.
Najib teve ainda maiores problemas quando processos abertos pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América em Julho disseram que mais de 3,5 biliões de dólares haviam sido roubados do 1MDB, fundado por Najib, e que parte desses fundos haviam entrado na conta do "Malaysian Official 1", que autoridades norte-americanas e malasianas identificaram como sendo Najib.
Os protestos não devem abalar o primeiro ministro, que negou as irregularidades e resistiu à crise, consolidando seu poder reprimindo dissidentes.
Onze activistas e líderes de oposição foram presos na sexta-feira e pelo menos mais dois foram detidos no protesto. O vice-primeiro ministro Ahmad Zahid Hamidi disse que podem haver mais prisões nos próximos dias.
Maria Chin Abdullah, chefe do grupo pró-democracia Bersih, que organizou a manifestação, foi detida sob o Acto de Ofensas à Segurança (Medidas Especiais) da Malásia, ou Sosma, segundo seus advogados. Essa lei foi introduzida em 2012 para proteger o país de ameaças à segurança e de extremistas.
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