A partir desta terça-feira(10) os cerca de 250 mil clientes da Águas da Região de Maputo passarão a receber o precioso líquido apenas dia sim e dia não, por causa da seca que se arrasta há dois anos na Região Sul do continente africano. Todavia na Região Centro de Moçambique há alerta de cheias na bacia do Buzi com previsão de subida do nível que poderá “condicionar a circulação do Batelão entre Guara-Guara e Bandula”.
“Na sequência da seca que se prolonga há cerca de dois anos e à fraca queda de chuvas na presente época chuvosa que resulta na contínua redução do volume de água armazenado na Barragem dos Pequenos Libombos, no rio Umbelúzi, a Águas da Região de Maputo, SA (AdeM) informa aos seus clientes e ao público em geral, que começou a fazer restrições no abastecimento de água a partir do dia 10/01/2017”, refere um comunicado da empresa que fornece o precioso líquido às cidades de Maputo, Matola e Boane e que indica ainda que o abastecimento em dias alternados vai acontecer de acordo com o seguinte plano:
De acordo com a AdeM o tempo de distribuição da água potável – 8 horas no distrito municipal Ka Mavota e parte de Ka Maxaquene; 9 horas no distrito municipal Ka Mpfumu, Ka Tembe e parte de Ka Maxaquene; 12 horas no distrito municipal de Ka Mubukuana e Nlhamakulo; 14 horas no município de Boane e parte da Matola; 15 no posto administrativo de Infulene e parte do município da Matola –, no dia programado, não será afectado por estas restrições.
O fim das restrições está depende da chuva que cair a montante, é que o rio Umbeluzi - de onde provém a água necessária para produzir os 220 mil metros cúbicos necessários abastecer todos os dias os munícipes de Maputo, Matola e Boane - , tem registado um nível muito baixo, e já esteve seco em alguns partes no início do ano, devido ao pouco escoamento que recebe da Suazilândia, onde se encontra mais de metade da bacia hidrográfica, que ainda passa pela África do Sul antes de chegar em Moçambique.
Nesta segunda-feira(09) o nível do Umbeluzi, em Goba, reduziu para 2,08 metros depois de ter chegado aos 2,19 no domingo, de acordo com o boletim hidrológico nacional emitido pelo Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos.
Outra solução é a entrada em funcionamento da barragem de Moamba Major, que está a ser construída no rio Incomati, mas só deverá estar pronta em 2019. Refira-se que as Águas da Região de Maputo serve somente a cerca de 1,4 milhão pessoas dos mais de 2,5 milhões de habitantes dos municípios de Maputo,Matola e Boane.
Os citadinos que não são clientes das AdeM abastecem-se em operadores privados de água que obtém o precioso líquido em furos cuja qualidade não é atestada por nenhuma autoridade de Saúde competente, aliás têm estado a aumentar os casos de doenças diarreicas na cidade e província de Maputo.
Alerta de cheia na bacia do Buzi e inundações em Nacala e Pemba
A gestão das fontes de água potável é um dos maiores problemas de Moçambique, por exemplo enquanto o Umbeluzi está quase seco o rio Limpopo, há pouco mais de 200 quilómetros de distância, atingiu recentemente o seu nível de alerta de cheias.
Alerta de cheias também na Região Centro de Moçambique, concretamente na bacia do Buzi na sub-bacia do Rio Lucite em Dombe, “o nível hidrométrico atingiu e superou o alerta em 1.59 metros, as 06 horas”, indica o boletim hidrológico que prevê “subida do nível em Goonda, podendo atingir o alerta e condicionar a circulação do Batelão entre Guara-Guara e Bandula”.
Por outro lado, “as bacias hidrográficas do Púngoè e Zambeze registam oscilações de níveis com tendência a subir, face ao escoamento gerado por chuvas que se têm registado dentro do território nacional, bem como nos países vizinhos”, indica o mesmo documento que a inda refere que, “na região Sul, as bacias do Incomati em Magude e Limpopo em Pafuri registam uma ligeira subida de níveis hidrométricos, mantendo-se abaixo do alerta”.
Devido a chuva forte que está a cair na região Norte, e deverá continuar até quarta-feira(11), as autoridades prevê “risco de inundações urbanas isoladas nas cidades de Nacala e Pemba”.
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