O ex-líder guerrilheiro Francisco Guterres vai ser o próximo Presidente de Timor-Leste ao conseguir a maioria absoluta nas eleições da passada segunda-feira, as primeiras da ex-colónia portuguesa após o fim da missão de paz da ONU em 2012.
Guterres, de 62 anos e conhecido como Lu Olo, obteve 57,08% dos votos válidos, uma maioria suficiente para obter o cargo sem a necessidade de se realizar uma segunda volta, segundo o resultado provisório anunciado hoje pela comissão eleitoral.
O candidato do histórico partido Frente Revolucionária pela Independência de Timor-Leste (Fretilin) impôs-se ao actual ministro da Educação e Assuntos Sociais, António da Conceição, do Partido Democrata, que obteve 32,47% dos votos.
"Quero agradecer ao povo de Timor-Leste, que me deu a sua confiança para ser o presidente do povo timorense", disse Guterres, que se torna no quarto chefe de Estado eleito desde 2002, quando a independência do país foi reconhecida pela comunidade internacional.
Segundo os dados anunciados pelo Secretariado Técnico de Administração Eleitoral, Guterres teve 294.938 votos frente aos 167.760 de Conceição, numas eleições que tiveram uma participação de 71,16%.
Os outros seis candidatos somaram 54.029 votos, 10,46% do total, segundo os resultados, que serão confirmados oficialmente a 2 de abril uma vez resolvidas apelações e recursos.
O candidato ganhador impôs-se em 9 dos 12 municípios do país -os outros três foram ganhos por Conceição- e também nas três mesas que se instalaram em Lisboa (Portugal), Sydney e Darwin (Austrália) para os 1.300 eleitores residentes no exterior.
Esta era a terceira vez que Guterres se candidatava à presidência do país após ser derrotado em 2007 pelo prémio Nobel da Paz, José Ramos Horta, e em 2012 pelo actual chefe de Estado, José Maria Vasconcelos.
O Presidente eleito admitiu que na sua vitória foi decisivo o apoio do Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor (CNRT), o partido do carismático ex-líder guerrilheiro, ex-Presidente e antigo primeiro-ministro Xanana Gusmão.
Após se conhecerem os resultados provisórios, Guterres afirmou que se propõe a fomentar o diálogo com todas as instituições e setores da sociedade para promover o desenvolvimento do país.
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