Subordinado ao tema “Individualismo versus Colectivismo: seu impacto psicológico nas relações interculturais” decorreu na ultima terça-feira, 18 de Abril, no Centro do Graal-Moçambique, em Maputo, a terceira sessão do segundo ciclo de conferências designado por Tertúlias Itinerantes.
O orador Hachimo Chagane, especialista em ciências psicológicas e docente na Universidade Politécnica, contextualizando o tema, referiu que os conceitos de individualismo e de colectivismo intercedem, fundamentalmente, nas características das pessoas em sociedades. Conforme garantiu, os dois conceitos fazem com que existam, nas sociedades, culturas individualistas e culturas colectivistas, que em todo o caso se diferem umas das outras.
“Em cada uma dessas culturas, a auto-imagem, a auto-estima e o auto-conceito que o indivíduo tem, sobre si, estarão sempre indexadas a estas duas entidades”, disse o especialista, tendo em seguida explicado que, nas sociedades individualistas, o ser humano é sempre o centro das atenções. “Ele preocupa-se mais com as suas crenças, as suas necessidades pessoais e as suas experiências, sendo que o grupo só aparece como uma parte da sua vida e não como o centro das suas atenções”, acrescentou.
Já nas sociedades colectivistas, conforme fundamentou o orador, tudo acontece de uma forma diferente das sociedades individualistas. Hachimo Chagane defendeu perante a plateia que “nesta cultura está em primeiro lugar o grupo, a família e a comunidade, pelo que o sujeito como tal não existe”.
“A felicidade das sociedades colectivistas só existe quando o grupo está satisfeito. Portanto, tudo o que indivíduo faz, é sempre em função do grupo em que está inserido”, referiu.
Para o caso destas sociedades, o orador recorreu ao exemplo de alguém que quando estuda, fá-lo para elevar a imagem da família e do grupo no qual se encontra inserido. Mas já nas sociedades individualistas não ocorre o mesmo. Estuda somente para satisfazer as suas próprias necessidades”.
“Portanto, essas dinâmicas acabam afectando o desenvolvimento de variáveis psicológicas do homem como a personalidade, o auto-conceito, a auto-imagem e, sobretudo, a auto-estima”, concluiu. Importar referir que este evento surge na sequência da 2ª edição do ciclo de conferências Tertúlias Itinerantes – Fluxos de comunicação intercultural no espaço de língua portuguesa: debater o desconhecimento mútuo no contexto da era global. É uma iniciativa académica que traz, a Maputo, reflexões de investigadores de Moçambique, Brasil e Portugal sobre as dinâmicas da sociedade global.
Estas sessões têm vindo a animar vários espaços culturais da cidade de Maputo, divulgando dados de pesquisas dos seus oradores.
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