A menos de 24 horas do fecho da campanha eleitoral para as presidenciais francesas, o coração de Paris foi alvo de um ataque terrorista do qual resultaram dois mortos e dois feridos. O atentado, um tiroteio que aconteceu nos Champs Elysées, no início da noite de quinta-feira, foi reivindicado pelo Daesh.
O Presidente francês, François Hollande, disse estar convencido de que o ataque na avenida Champs-Elysées, em que o atirador, identificado como Abu Yussef, foi morto a tiros pela polícia, foi um acto de terrorismo.
Yussef, 39 anos, é considerado o autor do atentado pela Amaq, a agência responsável pela propaganda do autoproclamado Estado Islâmico. Foi abatido pela polícia não sem antes ter feito um morto e dois feridos entre as forças da ordem, depois de disparar uma arma automática – que algumas fontes reconheceram ser uma metralhadora Kalashnikov - após ter estacionado o seu automóvel atrás de uma carrinha da polícia naquela avenida parisiense.
O atirador já era conhecido das autoridades há mais de 15 anos. Em 2001 foi condenado a 20 anos de prisão por disparar contra um polícia. A pena seria reduzida, em 2005, para 15 anos. O perfil do atacante enquadra-se no de alguns autores de atentados recentes, associados à delinquência mas que se radicalizam quando passam por estabelecimentos prisionais.
A famosa avenida larga que leva ao Arco do Triunfo estava lotada com parisienses e turistas desfrutando de uma noite de primavera. Mas a polícia evacuou rapidamente a área que permaneceu vazia noite a dentro, com excepção de carros da polícia e de policiais fortemente armados.
A França vive sob um estado de emergência desde 2015 e sofreu uma série de ataques de militantes islâmicos que mataram mais de 230 pessoas nos últimos dois anos. O porta-voz do Ministério do Interior disse que era muito cedo para dizer qual o motivo do ataque, mas que estava claro que os policiais foram deliberadamente atacados.
"Um pouco depois das 9 da noite, um veículo parou ao lado de um carro da polícia que estava estacionado. Imediatamente um homem saiu e disparou contra o veículo da polícia, ferindo mortalmente um polícia", disse Brandet.
"Eu saí da loja Sephora e estava andando pela rua até onde um Audi 80 estava estacionado. Um homem saiu e abriu fogo com um kalashnikov contra um polícia", disse Chelloug, um assistente de cozinha, à Reuters. "O policial caiu, ouvi seis tiros. Eu fiquei com medo, tenho uma menina de dois anos e pensei que ia morrer ... Ele atirou directamente no policial."
O ataque não pode, porém, ser dissociado das eleições para as presidenciais francesas, cuja primeira volta tem lugar no domingo e onde um dos mais fortes candidatos – tem seguido sempre nos dois primeiros lugares nas sondagens - é Marine Le Pen que advoga o fecho das fronteiras.
"Estaremos com vigilância extrema, especialmente em relação à eleição", disse o Presidente Hollande, que não concorre à reeleição.
No início desta semana, foram presos em Marselha dois homens que, segundo a polícia, planejavam um ataque antes da eleição. Uma metralhadora, duas pistolas e três quilos de explosivos TATP estavam entre os armamentos encontrados em um apartamento na cidade do sul do país, juntamente com materiais de propaganda jihadista, de acordo com a promotoria de Paris.
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