A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu nesta segunda-feira aos grupos insurgentes no Afeganistão que parem com os ataques a civis após mais de 5 mil não combatentes terem sido mortos ou feridos nos primeiros seis meses de 2017.
A guerra no Afeganistão matou pelo menos 1.662 civis e feriu 3.581 no primeiro semestre do ano, número quase igual ao do mesmo período de 2016, disseram investigadores da ONU em comunicado divulgado na segunda-feira.
Mortes e ferimentos por ataques suicidas a bomba e outros "ataques complexos" aumentaram 15 por cento, com pelo menos 40 por cento de todas as vítimas civis causadas por ações com explosivos improvisados por parte de grupos anti-governo, incluindo ao longo de estradas.
"O custo humano dessa guerra no Afeganistão --perda de vidas, destruição e imenso sofrimento-- está de longe muito alto", disse Tadamichi Yamamoto, chefe da Missão de Assistência da ONU no Afeganistão, em comunicado.
"O uso contínuo de dispositivos explosivos improvisados indiscriminados, desproporcionais e ilegais é particularmente assustador e deve parar imediatamente".
Em maio, um ataque com um caminhão-bomba no centro da capital afegã, Cabul, detonado por um suicida, matou pelo menos 92 pessoas e feriu quase 500, no que a ONU descreveu de "incidente documentado mais fatal" desde a intervenção militar internacional que derrubou o regime Taliban em 2001.
Nenhum grupo reivindicou responsabilidade pelo ataque.
Cabul contabiliza quase 20 por cento de todas as baixas civis deste ano.
Os investigadores dizem que o Taliban é responsável por pelo menos 43 por cento de todas as mortes de civis. O Estado Islâmico foi culpado por 5 por cento, enquanto forças anti-governo não identificadas são responsabilizadas por outros 19 por cento do total.
O porta-voz do Taliban, Zabihullah Mujahid, chamou as descobertas da ONU de "material de propaganda" politicamente motivada.
"Nós, uma vez mais, rejeitamos firmemente este relatório", disse em comunicado. "O Emirado Islâmico é muito mais sensível e vigilante sobre a prevenção de fatalidades civis que qualquer outro lado", acrescentou, usando o nome oficial do Taliban.
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